Oficial: Lula vence 50,90% contra 49,10% de votos e é o novo Presidente do Brasil

Oficial: Lula vence 50,90% contra 49,10% de votos e é o novo Presidente do Brasil
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Porto Canal

Para muitos a eleição do ódio e do menos mau. Para outros, o voto da esperança e do regresso a um passado mais feliz. Numa das presidenciais mais polarizadas e disputadas de sempre no Brasil, Lula da Silva venceu Jair Bolsonaro por menos de 2 pontos percentuais e pouco mais de 2 milhões de votos e regressa ao Palácio do Planalto 11 anos depois.

Foram mais de 156 milhões de eleitores a votar em 577 mil urnas eletrónicas, espalhadas por 5570 cidades. Num país que é do tamanho de um continente, a sociedade dividiu-se entre Lulistas e Bolsonaristas e partiu-se entre blocos antagónicos.

Domingo foi marcado por tensão antes, durante e após as eleições. A Polícia Rodoviária Federal montou centenas de operações “stop” a autocarros com eleitores brasileiros que se dirigiam às mesas de voto no Nordeste. Segundo divulgou a Folha de S. Paulo, foram parados pelo menos 82 autocarros na cidade de Alagoas. Já a Globo diz que a Polícia Rodoviária Federal “descumpriu ordem do Tribunal Superior Eleitoral” e realizou, pelo menos, 560 operações de fiscalização contra veículos que faziam o transporte público de eleitores.

 

Nas redes sociais gritou-se por “golpe” e “tentativa de impedir eleitores de Lula da Silva” de votarem: os transportes públicos são tradicionalmente utilizados pelas classes mais baixas, eleitores tradicionais do Partido Trabalhista. No Whatsapp, um agente da polícia foi apanhado a congratular-se por ter conseguido impedir eleitores de Lula de votar.

Em Portugal, os resultados souberam-se ao final da tarde. Em Lisboa, Lula da Silva obteve 12872 votos contra 7085 alcançados pelo anterior Presidente do Brasil e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. No Porto, segundo dados do representante do PT em Portugal, Pedro Prola, Lula da Silva ganhou com 9450 votos contra 5134 de Bolsonaro.

 
 
 
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Durante os primeiros 40 milhões de votos, Bolsonaro manteve-se à frente de Lula por 700 mil votos, cerca de 3 pontos percentuais. No estrangeiro, a generalidade da Europa e dos eleitores emigrados teve preferência pelo Partido dos Trabalhadores com 56,73% para Lula e 43,27% para Bolsonaro.

Com metade dos votos contados, Bolsonaro continuava na frente, mas Lula aproximava-se – estavam divididos por apenas três pontos percentuais. Tanto se aproximaram que aconteceu mesmo “virada”.

 

A “virada”

Não foi uma cópia exata daquilo que tinha acontecido na primeira volta, mas quase. Tanto este domingo como no dia 2 de outubro, Lula começou a corrida por fora, mas fez a ultrapassagem quando estavam contabilizados 66,7% dos votos.

 

A explicação tem que ver com a chegada dos votos. Os primeiros dados divulgados para o Brasil dizem respeito às regiões Sul e Sudeste, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro após a primeira volta. O TSE explica que a transmissão dos resultados, recolhidos a partir das urnas eletrónicas é mais rápida naquelas zonas, por existirem melhores infraestruturas de telecomunicações.

Só depois é que começam a ser contabilizados os votos do Centro-Oeste e, por fim, os boletins dos estados das regiões Nordeste e Norte, zonas que são bastiões do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), do candidato Lula da Silva.

 

Regresso ao Planalto

Com a vitória deste domingo, Lula regressa a um palácio que conhece bem: o Planalto, em Brasília, um local aparentemente inesperado para um antigo metalúrgico, sindicalista e candidato presidencial derrotado por três vezes.

A saída do poder em 2011 ficou marcada por processos judiciais, suspeitas de corrupção e casos de abusos. A “Operação Lava Jato” tapou os avanços sociais e económicos do início do século obtidos pelo PT à frente do Brasil. Foi preso em abril de 2018 e libertado pouco depois por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Agora, Luís Inácio Lula da Silva é entronizado 39º Presidente do Brasil. O renascimento político de Lula e do PT é a oportunidade e o desafio de uma vida: mudar o passado e criar o futuro.

 
 
 
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