É um print de uma conversa de Whatsapp que foi recuperado pela Revista Piauí: um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) partilhou uma foto, sorridente e fardado, congratulando-se por ter impedido votos no candidato do PT, Lula da Silva.

“Ó a cara de alguém que tá preocupado com as determinações do ministro… Só cumprindo o cartão programa e correndo atrás dos eleitores do Lula q saíram do cercado para voltar e não conseguiram voltar…”, escreve o agente Adalberto Alfredo Schumann.

Exclusivo: agente da PRF comemora no WhatsApp o bloqueio a eleitores de Lula. Na mensagem, obtida pela piauí, o policial diz que a ação nas estradas foi ordem da cúpula e zomba da ordem do TSE para proibir operações. Por @allandeabreu1. https://t.co/yRtkdvKeTx

— revista piauí (@revistapiaui) October 30, 2022

 Esta mensagem parece confirmar os vários obstáculos criados pela PRF durante este domingo, na tentativa de impedir eleitores do PT de chegarem às urnas de voto.

Segundo divulgou a Folha de S. Paulo, foram parados pelo menos 82 autocarros na cidade de Alagoas, no Nordeste. Já a Globo diz que a Polícia Rodoviária Federal “descumpriu ordem do Tribunal Superior Eleitoral” e realizou, pelo menos, 560 operações de fiscalização contra veículos que faziam o transporte público de eleitores.

Em Zé Doca, Maranhão, o policial rodoviário federal “esclarece”: o meu presidente é Bolsonaro e o ministro [no caso Alexandre] não tem poder de dizer se faz ou não blitz…
Alguma dúvida quanto à existência de orientações superiores ? pic.twitter.com/5sDILi1UAJ

— Flávio Dino 13 🇧🇷 (@FlavioDino) October 30, 2022

Nas redes sociais grita-se por “golpe” e “tentativa de impedir eleitores de Lula da Silva” de votarem: os transportes públicos são tradicionalmente utilizados pelas classes mais baixas, eleitores tradicionais do Partido Trabalhista.

O presidente do TSE chamou o diretor da PRF para uma reunião com caráter de urgência em que lhe exigiu que pusesse fim imediato às operações. Após a reunião, o presidente do TSE acabou por garantir que — apesar dos transtornos e atrasos — nenhum eleitor deixou de ir votar devido às operações.

 

 

 

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Silvinei Vasques, o diretor-geral da PRF, partilhou nas redes sociais uma mensagem (que apagou logo de seguida) de apoio a Jair Bolsonaro, e enviou também na madrugada deste domingo um ofício às superintendências da PRF a explicar que a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral “não impôs qualquer limite ao exercício da regular atividade fiscalizadora da Polícia Rodoviária Federal” e a determinar o “fiel cumprimento” da operação de fiscalização.