Assis afirma que país vive "clausura" com Governo e Presidente de direita
Porto Canal / Agências
Aveiro, 20 mai (Lusa) - O cabeça de lista socialista nas europeias, Francisco Assis, considerou hoje que Portugal vive "uma clausura ideológica neoliberal" com uma maioria de direita e um Presidente da República que alinha com o Governo no essencial.
Francisco Assis falava num almoço comício em Aveiro, depois de intervenções da eurodeputada socialista Elisa Ferreira (número quatro da lista) e do líder da Federação de Aveiro do PS, Pedro Nuno Santos, num discurso em que acusou a Comissão Europeia de violar os tratados e de exercer "chantagem" em relação ao Estado Português.
"A primeira rutura democrática que temos de fazer é política. Precisamos de uma nova maioria na Europa, cujas principais instituições foram colonizadas por uma linha ultraliberal radical. A Comissão Europeia deixou de cumprir a missão que lhe estava atribuída pelos tratados e ainda na semana passada fez uma ameaça e uma chantagem inadmissível ao Estado Português", declarou, numa alusão às advertências de Bruxelas sobre a evolução da consolidação orçamental no país.
No plano nacional, Francisco Assis atribuiu à direita um completo domínio com uma maioria, um Governo e um Presidente da República, falando então em "clausura ideológica neoliberal".
"Vivemos um tempo de clausura ideológica marcada pela hegemonia da direita neoliberal em todos os lugares de decisão, seja a nível interno, seja a nível europeu. Em Portugal há uma maioria, um Governo de direita e um Presidente da República que nos momentos essenciais sempre esteve ao lado da direita", sustentou o "número um" da lista europeia do PS.
Em Bruxelas, de acordo com Assis, esteve um presidente da Comissão Europeia [Durão Barroso] que seguiu essa agenda ideológica e acabou até por prejudicar institucionalmente a União Europeia".
"Vivemos uma clausura ideológica excessiva", salientou o ex-líder parlamentar do PS.
Neste contexto, Francisco Assis contrapôs a necessidade de "um novo consenso" em Portugal e na União Europeia, tendo em vista acabar com a atual "austeridade expansionista" - uma filosofia política que considerou ser elementar no neoliberalismo.
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