Covid-19: África pode perder 150 milhões de empregos este ano

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Joanesburgo, 17 abr 2020 (Lusa) - A consultora McKinsey considerou hoje que a pandemia da covid-19 pode afetar mais de 100 milhões de empregos em África e que o continente, no cenário mais gravoso, pode enfrentar uma recessão de 4%.

"No cenário 4, que prevê uma segunda vaga global da pandemia e uma propagação generalizada em África, o PIB do continente seria cortado em oito pontos percentuais, resultando numa taxa de crescimento negativa de 3,9%", lê-se no relatório 'Lidar com a Covid-19 em África', consultado hoje pela Lusa.

No documento, que os analistas dizem ter sido solicitado pelos empresários africanos como um contributo para a gestão da pandemia, a McKinsey argumenta que "os governos, o setor privado e as instituições de desenvolvimento têm de duplicar a sua resolução e expandir significativamente os esforços para salvaguardar as economias e os meios de subsistência no continente".

Num relatório recheado de previsões, os consultores estimam que o continente possa perder quase 150 milhões de empregos, mais de um terço dos 440 milhões de postos de trabalho formais e informais no continente, um valor que pode subir para mais de metade em setores como a manufatura, comércio, turismo e construção.

"Apesar de a pandemia ter sido lenta a arrancar em África, as consequências da doença têm dizimado as economias no continente", escrevem os consultores, acrescentando que "o confinamento em muitos países limitou a atividade económica, ao passo que o corte nas cadeias de abastecimento deprimiu os preços das matérias-primas que muitos países exportam".

No relatório, a McKinsey diz que o continente tem de gastar cerca de 5 mil milhões de dólares [4,5 mil milhões de euros] nos próximos 100 dias para custear a resposta médica devido ao frágil estado dos sistemas de saúde e alerta que "o continente tem apenas 20 mil camas em unidades de cuidados intensivos".

Os cenários, entre uma queda de 0,4% e 8% do PIB da região, "não levam em linha de conta as depreciações da moeda, as pressões sobre a inflação ou eventuais cortes do 'rating'", mas dependendo do cenário, "as economias africanas podem perder entre 90 mil milhões e 200 mil milhões de dólares [entre 82,7 mil milhões de euros e 180 mil milhões de euros] este ano".

Esta semana, o Fundo Monetário Internacional atualizou as previsões para a África subsaariana, antevendo uma quebra de 1,6% no PIB, a maior desde os anos 1970 e a primeira recessão em 25 anos.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 961 nas últimas horas, com mais de 18 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia naquele continente.

Segundo o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortes registadas subiu de 910 para 961, enquanto as infeções aumentaram de 17.247 para 18.333.

O número de pacientes recuperados da infeção passou de 3.546 para 4.352.

MBA (CFF) // JH

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Secretário-geral da NATO pede mais investimento militar e mais apoio à Ucrânia

O secretário-geral da NATO pediu hoje aos países da aliança atlântica que aumentem os gastos militares devido às tensões com a Rússia, e criticou o facto de a Ucrânia não ter recebido a ajuda prometida nos últimos meses.

Dona do TikTok garante não ter planos para vender apesar de ultimato dos EUA

A empresa chinesa ByteDance garantiu esta sexta-feira não ter intenção de vender o TikTok, apesar de Washington ameaçar proibir a plataforma de vídeos nos Estados Unidos caso não corte os laços com a China.

Acidente na Namíbia. 20 portugueses feridos, mas oito deverão regressar em breve

O Governo corrigiu esta sexta-feira para 20 o número de portugueses feridos no acidente de quarta-feira na Namíbia, indicando que oito já tiveram alta e 12 continuam internados, dos quais seis com vigilância especial.