Covid-19: Sanitana de Anadia coloca trabalhadores em regime de 'lay-off'

| Economia
Porto Canal com Lusa

Anadia, Aveiro, 01 abr 2020 (Lusa) - A empresa de louça sanitária Sanitana, maior empregadora de Anadia, colocou hoje em regime de 'lay-off' a maior parte dos 540 funcionários, "pelo período previsível de 30 dias", confirmou a agência Lusa junto dos trabalhadores.

A decisão foi comunicada por carta aos trabalhadores, depois de reuniões setoriais realizadas na semana passada. A direção da Sanitana justificou a medida com a "crise empresarial" provocada pela propagação da infeção covid-19, que levou ao decretamento de medidas de confinamento na maior parte dos mercados onde a empresa está presente.

"A partir de 1/4/2020 a empresa entrará num processo de apoio extraordinário à manutenção dos postos de trabalho em situação de crise empresarial", informa a empresa do grupo Roca, em carta aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso.

Segundo informações colhidas junto dos trabalhadores, apenas uma das três unidades fabris da empresa vai continuar a laborar.

A estimativa dos trabalhadores é de que três em cada quatro funcionários serão abrangidos por esta primeira fase de 'lay-off', informação que não foi possível confirmar junto da direção da empresa fundada em 1979.

Na carta aos trabalhadores, a Sanitana lembra que os clientes da Roca têm "os seus armazéns encerrados, caso da Espanha, ou parcialmente encerrados em Portugal, França ou Inglaterra, podendo encerrar a qualquer momento".

As encomendas para abril e maio sofreram uma quebra superior a 50%. A empresa lembra que um dos principais clientes do grupo, o gigante sueco de mobiliário Ikea, encerrou as lojas nos países mais afetados pela pandemia de coronavírus.

A Sanitana lembra ainda que a maior parte das empresas do setor em Portugal estão encerradas devido à declaração do estado de emergência e que no mercado externo houve uma quebra de mais de 50% em março, que deve crescer para 60% em abril.

"Esperamos a compreensão de todos os trabalhadores abrangidos, sendo certo que a medida é absolutamente indispensável para a manutenção dos postos de trabalho", conclui a direção da Sanitana.

O 'lay-off' simplificado, que permite a redução temporária do período normal de trabalho ou a suspensão de contrato de trabalho, entrou em vigor na semana passada, sendo uma das medidas excecionais aprovadas pelo Governo para manutenção dos postos de trabalho no âmbito da crise causada pela pandemia de covid-19.

Através do mecanismo 'lay-off', os salários dos trabalhadores são em parte suportados pelo Estado, evitando que as empresas façam despedimentos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

RBF // SSS

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