Mergulhadores lutam contra o tempo nas buscas de português e espanhol desaparecidos
Porto Canal
Os mergulhadores envolvidos nas buscas ao pesqueiro português Santa Ana, naufragado nas Astúrias, estão hoje a lutar contra o tempo, perante previsões de agravamento do estado do mar, para procurar o português e o espanhol ainda desaparecidos.
Desde o início da manhã que as equipas da Guarda Civil e do Salvamento Marítimo voltaram ao interior do pesqueiro, que naufragou na segunda-feira da semana passada, procurando em alguns dos espaços mais complicados do interior.
De entre os nove tripulantes do navio há apenas um sobrevivente do naufrágio, um espanhol, estando ainda dados como desaparecidos o contramestre português Víctor José Farinhas Braga e o espanhol Manuel María Tajes.
Os mergulhadores estão centrados nos camarotes de proa e na sala de víveres e, caso a busca seja infrutífera, passarão à sala de máquinas, espaço que segundo o capitão dos mergulhadores espanhóis, Carlos Martínez, é "um inferno".
"Ali em baixo não se pode estar. Quando se respira pelo regulador fica-se com a boca cheia de gasóleo. Já lá fomos, mas não se vê quase nada e a progressão é muito lenta porque há um emaranhado de tubos e destroços", explicou.
Completar a busca na sala de máquinas, admitiu, "pode demorar semanas".
A agravar as preocupações dos mergulhadores estão as previsões meteorológicas que antecipam um agravamento do estado do mar a partir de hoje.
"Toda a equipa está a trabalhar como se todos os corpos dos tripulantes desaparecidos estivessem no interior do navio", disse na semana passada à Lusa o capitão da Guarda Civil.
"Como disse às famílias, as buscas terminarão no momento em que eu, como chefe das operações de mergulho, considere que o navio está totalmente verificado e que não ficou nenhum corpo no interior", afirmou.
O acidente causou seis mortos - três espanhóis, um português e dois indonésios.