Buscas retomadas hoje no Santa Ana com nova tentativa de abertura do casco
Porto Canal
Mergulhadores espanhóis retomam hoje as buscas no pesqueiro português Santa Ana, naufragado nas Astúrias há uma semana, com a segunda tentativa de abertura de uma entrada no casco para aceder a outra zona da embarcação.
Para isso os mergulhadores utilizarão uma lança térmica, ferramenta que aquece e derrete ferro na presença de oxigénio pressurizado para criar as altas temperaturas necessárias para o corte.
No domingo uma primeira tentativa falhou devido a um problema técnico com a lança térmica, o que obrigou a abandonar as buscas, no interior do Santa Ana, dos quatro tripulantes, entre os quais um português, ainda dados como desaparecidos.
Durante a manobra, no domingo, um dos mergulhadores rasgou o fato, o que provocou a entrada de água e lhe causou hipotermia, pelo que foi substituído. Comprovou-se, porém, que a lança térmica tinha deixado de funcionar.
As equipas de mergulhadores da Guarda Civil e do Salvamento Marítimo querem abrir uma entrada alternativa no casco para poder retirar escombros e assim aceder mais facilmente a uma zona onde se pensa possam estar os quatro tripulantes ainda desaparecidos.
A abertura de cerca de um metro e meio quadrado vai ser feita a estibordo, à altura da ponte da embarcação e próximo de um dos camarotes ali localizados.
Os mergulhadores têm vindo, nos últimos dias, a remover muitos escombros dentro e no exterior da embarcação onde estão ainda 2.500 caixas de peixe.
Na segunda-feira passada foram recuperados os corpos do patrão da embarcação, que era português, e do cozinheiro, um espanhol, e no final da semana foram recuperados os corpos de um espanhol e de um indonésio.
Há apenas um sobrevivente, um espanhol, e estão desaparecidos quatro tripulantes: o contramestre português Víctor José Farinhas Braga, os espanhóis Manuel María Tajes e Marcos del Agua Chacón e o indonésio Wasito.
Joaquín Maceiras, diretor de operações do Salvamento Marítimo, explicou aos jornalistas que os mergulhadores inspecionaram e comprovaram já que nos quatro camarotes da coberta e nas casas-de-banho e corredores correspondentes não havia corpos.
A investigação está agora centrada na proa onde há três camarotes e também na sala de máquinas.