Crescimento em Portugal continua em risco e deflação no euro é ameaça - FMI
Porto Canal / Agências
Lisboa, 19 fev (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou hoje que há "riscos significativos" às projeções de crescimento da economia portuguesa, incluindo a evolução do consumo, as decisões do Tribunal Constitucional e os "elevados riscos deflacionistas" na zona euro.
No relatório sobre a décima avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), hoje divulgado, o FMI refere que "os elevados riscos deflacionistas na zona euro podem acrescentar dificuldades significativas à recuperação regional".
Os riscos negativos para 2014 "recuaram alguma coisa", mas as perspetivas para o médio prazo "permanecem alteradas". Tal como o Governo, o Fundo continua a antecipar um crescimento de 0,8% para 2014, depois de a recessão em 2013 ter sido menos profunda do que o antecipado (de -1,4%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística).
Entre os riscos apontados pelo Fundo para o curto prazo está "um aumento inesperado da incerteza ou um amortecimento da confiança dos consumidores, que poderia reduzir o crescimento do consumo", bem como novos chumbos do Tribunal Constitucional a medidas do Governo, as quais podem "prejudicar a confiança e as perspetivas de crescimento, em parte porque o Governo teria de recorrer cada vez mais a medidas de qualidade mais baixa e a medidas orçamentais menos amigas do crescimento para tapar os consequentes buracos orçamentais".
No médio prazo, o FMI refere que as condições financeiras podem afetar negativamente as perspetivas, sobretudo considerando o fim das medidas extraordinárias de estímulo monetário da Reserva Federal norte-americana.
"As condições de mercado pode deteriorar-se rapidamente se alguma destas incertezas se materializar, como demonstra a volatilidade do sentimento de mercado em relação a Portugal durante o período do programa", alerta o Fundo.
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