Cortar nas rendas excessivas evitaria que ajustamento no trabalho fosse tão grande
Porto Canal
O FMI exige esforços vigorosos e continuados para reduzir as rendas excessivas e aumentar a produtividade nos setores não transacionáveis, para evitar que o esforço do necessário ajustamento não recaia de forma excessiva sobre o mercado de trabalho.
De acordo com os documentos hoje publicados pelo Fundo Monetário Internacional relativos à décima avaliação do programa de ajustamento, Portugal vai precisar de continuar a fazer um esforço de transformação da sua economia durante um período que vai muito além do término do atual programa (em maio).
O FMI diz que a reorientação para uma economia mais baseada no setor transacionável ainda não ganhou força e que são precisos mais esforços neste domínio.
Neste sentido, o FMI insiste que o País tem de fazer um esforço continuado e reforçado para cortar rendas excessivas nos setores protegidos -- como é o caso da energia e das telecomunicações -, mas desta vez diz que este esforço seria complementar às reformas que já têm sido feitas no mercado laboral e que, sendo feitas, podiam minimizar o esforço do ajustamento sobre o emprego.
"São necessários esforços vigorosos e continuados para reduzir rendas e aumentar produtividade no setor não transacionável através do aumento da concorrência e na reforma do mercado do produto, de modo a que o esforço do ajustamento necessário para atingir a sustentabilidade não caia excessivamente sobre o trabalho, em especial o trabalho não qualificado. Estas reformas são críticas para complementar as reformas para melhorar o funcionamento do mercado laboral", diz o FMI.