BE quer "semana de trabalho" volte a ser de 35 horas

| Política
Porto Canal / Agências

Braga, 28 jan (Lusa) - O BE quer que a "semana de trabalho" volte a ser de 35 horas, uma medida com "provas históricas dadas", para que se possa "partilhar" o trabalho, "valorizar" os salários e "criar" novos postos de trabalho diminuindo o desemprego.

Em Braga, no encerramento das jornadas parlamentares, nas quais estiveram em destaque a Saúde e o Emprego, o líder do grupo parlamentar do bloco, Pedro Filipe Soares admitiu ser precisa "coragem" para implementar a proposta bloquista.

No entanto, apontou, o facto de cerca de 100 autarquias terem contrariado as diretivas governamentais para implementar as 40 horas semanais de trabalho, continuando nas 35, "mostra que é possível" que o horário de trabalho volte a ser de 7 horas diárias.

"O BE propõe que a semana de trabalho seja a das 35 horas, partilhando o trabalho, valorizando o salário. Uma medida com provas históricas, quando foi aplicada no passado teve implicação direta ao reduzir um 5 por cento a taxa de desemprego", disse.

Com esta medida, o BE pretende ainda "impedir a emigração brutal" admitindo, porém, que esta é uma medida em "contraciclo" e que terá "dificuldade" em ser aplicada.

"Temos a consciência que é uma proposta que precisa de coragem para a sua implementação", apontou Pedro Filipe Soares.

No entanto, "este é o horário que está já em cima da mesa em muitas autarquias", referindo-se "aos mais de 100 municípios" que contrariam a diretiva do Governo e continuam a aplicar as 35 horas semanais em vez das 40 estipuladas pela maioria.

Alias, disse, "está a ser aplicado já em parte do país então tem que ser generalizado".

Segundo o líder parlamentar do bloco, "esta é demonstração cabal que nem o Governo pode tudo nem a sociedade está refém do Governo", salientou.

Numas jornadas em que a temática laboral esteve em destaque, o bloco acusou novamente a maioria de direita de "destruir" mais de 300 mil postos de trabalho, "daquele que era o emprego normal" não tendo criado emprego, como afirma aquilo a que chamou de "propaganda" do Governo.

"O que foi criado é emprego de pessoas que trabalham uma a dez horas por semana. Isto não é criação de emprego, é criação de subemprego, é incapacidade de responder à necessidade de ter um emprego digno", acusou.

Além desta medida, que disse Pedro Filipe Soares "fecha com chave de ouro" as jornadas parlamentares do bloco, dos dois dias de trabalhos resultam ainda outras duas propostas, uma na área da saúde e outra na proteção a famílias com dificuldades em cumprir o crédito à habitação.

Assim, o bloco propôs "alargar" o acesso das famílias ao Regime Extraordinário de proteção de devedores de crédito à habitação por considerar que o diploma atual "falhou" e que esta é uma "medida essencial para salvaguardar um direito fundamental".

Na área da Saúde, os bloquistas querem que sejam criados serviços de urgência básica associados às urgências polivalentes ou médico-cirúrgica nos hospitais como forma de "atender" às necessidades dos utentes de forma "mais rápida e adequada".

Em Braga, os deputados à Assembleia da República do BE visitaram o Hospital de Barcelos, a Cáritas, reuniram com o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos e reuniram com outras associações locais.

"É isto que pedem aos nossos deputados", finalizou Pedro Filipe Soares.

JYCR // PGF

Lusa/Fim

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