Venda do Novo Banco dificultada por perdas que ninguém quer assumir
Porto Canal (MYR)
A venda do Novo Banco tem sido dificultada pelas perdas que o banco poderá ter de assumir, resultantes de ativos problemáticos e processos judiciais em curso, e que nem potenciais compradores nem o Estado querem assumir, avança a Lusa, esta quarta-feira.
Mais importante do que o valor oferecido para a compra do Novo Banco é saber qual a entidade que irá assumir os riscos futuros que a instituição poderá enfrentar, quer seja o comprador ou o Estado. Isto porque os ativos a serem vendidos ou liquidados, envolvem crédito malparado, e que poderá levar à assunção de perdas significativas de futuro.
No fim de junho de 2016, estes ativos ascendiam a 10,2 mil milhões de euros, sendo então objetivo da administração liderada por António Ramalho reduzir o valor para, pelo menos, nove mil milhões de euros até final daquele ano, de acordo com dados divulgados pela Lusa.
Quanto à litigância que pode envolver o Novo Banco, esta decorre nomeadamente processos judiciais relacionados com a resolução do BES, caso dos 835 milhões de euros que a Oak Finance reclama do Novo Banco por ter emprestado ao BES esse dinheiro na altura da sua queda. Apesar do Banco de Portugal dizer que este empréstimo passou para o Banco Espírito Santo, a Oak Finance discorda e pede nos tribunais que seja o Novo Banco a pagar.