Novo Banco: Sindicato dos quadros bancários admite "nacionalização transitória"

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 09 jan (Lusa) - O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) juntou-se hoje às vozes que apelam à "nacionalização transitória" do Novo Banco, considerando que a entidade não deve ser alvo de uma "venda precipitada" ou de um "desmembramento".

O SNQTB divulgou um comunicado em que destacou "a importante quota do mercado bancário português" do Novo Banco e "a sua especial importância no que respeita ao apoio às pequenas e médias empresas nacionais e, consequentemente, à dinamização da economia portuguesa", para defender que "o Novo Banco não deverá ser alvo de uma venda precipitada ou de um desmembramento".

E reforçou: "É fundamental que seja tomada uma decisão que assegure um Novo Banco uno, equilibrado, com compromisso da manutenção dos postos de trabalho e que mantenha o centro de gestão em Portugal, preservando igualmente as atuais estruturas de conhecimento, tecnológicas e comerciais do banco em proveito da economia portuguesa".

Face a isto, Paulo Marcos, presidente do SNQTB, considerou que "a nacionalização transitória poderá ser um meio adequado para garantir estes objetivos".

De resto, o SNQTB defendeu que "o futuro do Novo Banco deve corresponder a um projeto sustentado de desenvolvimento, viável, credível, com visão e partilhado com os seus colaboradores, os quais têm sabido manter o banco como uma instituição imprescindível para o setor bancário e a economia nacionais".

E salientou que, caso esta seja a opção do Governo, "numa futura alienação do Novo Banco, os colaboradores poderão ter direito a adquirir uma parte do capital, reforçando assim o seu envolvimento" com a instituição.

Na nota à comunicação social, o SNQTB revelou ainda que entregou hoje uma missiva ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, ao ministro das Finanças e ao governador do Banco de Portugal, dando conta da posição do SNQTB em relação ao Novo Banco.

Na semana passada, também a Comissão Nacional de Trabalhadores do Novo Banco revelou que quer que o Governo "assuma o controlo" da instituição "na esfera pública", temporariamente, depois de o Banco de Portugal revelar que a Lone Star lidera a corrida à compra do banco.

O ex-coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã também escreveu na semana passada uma carta ao Governo e um artigo de opinião para defender que o Novo Banco deve manter-se na esfera pública, mas não integrado na Caixa Geral de Depósitos.

Já o Partido Comunista Português (PCP) também anunciou na semana passada que vai propor para agendamento um projeto de resolução pedindo a manutenção do Novo Banco na esfera pública.

E o presidente do PS, Carlos César, considerou no último sábado as propostas de compra do Novo Banco "vexatórias", considerando que este processo de venda se tem revelado um "fiasco", pelo que admite a hipótese da nacionalização do banco como "uma etapa" para a reprivatização.

No passado dia 04 de janeiro, o Banco de Portugal anunciou, em comunicado, que o fundo norte-americano Lone Star é a entidade mais bem colocada para comprar o Novo Banco e vai convidá-la para um "aprofundamento das negociações".

DN // JNM

Lusa/fim

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