Presidente da AICEP diz que documento é positivo e PS deve contribuir para o mesmo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 31 out (Lusa) - O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) classificou hoje de positivo o documento apresentado na quarta-feira sobre a Reforma do Estado e disse que o Partido Socialista (PS) deve contribuir para o mesmo.
Pedro Reis falava à Lusa à margem do almoço/debate sobre "Portugal no futuro: Internacionalização ou pobreza. Os desafios que temos que vencer", organizado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em Lisboa.
Instado a comentar o guião apresentado, Pedro Reis afirmou: "Acho tremendamente importante que se tenha posto num papel o tema, que não esteja disperso em iniciativas".
Para o presidente da AICEP, o documento é "um exercício extremamente válido" e lembrou que as famílias, a banca e as empresas já fizeram o seu ajustamento, agora "o Estado ainda tem de fazer o seu ajustamento".
Este é um documento "positivo e aberto que precisa agora de dois aspetos: por um lado, a contribuição da sociedade civil e do Partido Socialista".
Por outro lado, precisa de "calendarização e quantificação do que lá está".
Pedro Reis considerou que o guião da Reforma do Estado "é um pontapé de arranque e não de chegada".
Na sua intervenção no almoço/debate organizado pela ACEGE, Pedro Reis defendeu várias vezes a inclusão do PS nas medidas estruturantes do país.
À Lusa, o presidente da AICEP explicou que do ponto de vista do investimento externo e dos empresários "não há investimento e não há crescimento económico se não houver previsibilidade".
E apontou que "os ciclos políticos em Portugal são cronicamente curtos", mas "mesmo que cumprissem as legislaturas, a verdade é que em quatro anos ninguém toma decisões de fundo".
Por isso, para os investidores, no que respeita à reforma do IRC, reformas estruturais, de recuperação da competitividade, de combate à burocracia ou reforma na justiça, "quanto mais o Partido Socialista for ouvido e trazido à decisão, mais essas reformas vão ser interpretadas a valer", explicou.
"Por outro lado, a última coisa que o país não pode conceber é a instabilidade política".
Para Pedro Reis é "inconcebível" criar um modelo de crescimento do país para os próximos anos "sem uma participação ativa do Partido Socialista".
O presidente da AICEP disse ainda não acreditar num segundo resgate para Portugal.
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