Carência de pasto para animais em Arouca após incêndios gera donativos solidários

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Porto Canal com Lusa

Arouca, Aveiro, 19 ago (Lusa) - A Cooperativa Agrícola de Arouca revelou hoje que as dificuldades esperadas na alimentação dos animais cujo pasto foi destruído nos recentes incêndios estão a motivar donativos solidários por pessoas e empresas de todo o país.

As primeiras reações nesse sentido surgiram esta quinta-feira, depois de a Lusa ter divulgado que a alimentação substituta para esses animais de pequeno e grande porte iria exigir pelo menos 430.000 euros durante os sete meses de espera até que nova vegetação volte a despontar nas áreas ardidas. Esse valor foi entretanto atualizado para 551.000 euros.

"A Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre, por exemplo, telefonou-nos a oferecer 23 toneladas de palha", revelou esta tarde Joaquim Reis, presidente da Cooperativa Agrícola de Arouca. "Uma empresa do Porto também nos quer dar dois camiões de ração seca e ainda há uma senhora de Lisboa que nos ligou a oferecer um donativo financeiro", acrescenta esse responsável.

Para melhor corresponder a essas manifestações de apoio, a Cooperativa de Arouca está a agilizar a logística que lhe permita acomodar devidamente os bens entregues em géneros e criou também uma conta bancária solidária na Caixa Agrícola, com o IBAN PT50.0045.1020.4009.9522.2964.2.

Segundo dados atualizados hoje, a perda de pastoreio nos incêndios da semana passada afeta não apenas 57, mas sim 73 proprietários, o que representa um efetivo pecuário de 1.388 animais assim privados de alimentação fresca até à próxima primavera. Desses, 533 representam gado de grande porte da raça bovina e 855 são pequenos ruminantes de raça caprina e ovina.

Com a alimentação dos animais de maior porte, as estimativas são de que os respetivos donos tenham agora que gastar 3 euros diários por cabeça; já no caso dos pequenos ruminantes, a despesa individual ficará em cerca de 1,2 euros por jornada. Feitas as contas a 210 dias de encargos antes que os pastos naturais de Arouca reponham a sua oferta, o prejuízo deverá assim ultrapassar os 551.000 euros.

Albergaria da Serra, Cabreiros, Janarde, Urrô e Covelo de Paivó são as freguesias com mais área de pastoreio ardida e, contando que o Governo não possa disponibilizar de imediato as ajudas já prometidas aos criadores locais, Joaquim Reis defende que a situação "vai deixar muitos em dificuldades sérias".

Para ajudar os proprietários mais carenciados, a Cooperativa Agrícola já abriu, contudo, uma linha de crédito "tipo banco alimentar", que lhes permita adquirir a alimentação dos animais quando dela precisarem, sabendo que "poderão pagar a despesa só quando o Governo lhes atribuir os subsídios".

Joaquim Reis admite que isso exigirá um grande esforço de tesouraria por parte da própria cooperativa, mas afirma: "Temos que fazer das tripas coração para não deixar ninguém ficar mal, porque, além de sermos responsáveis pela vigilância sanitária do efetivo bovino e caprino de Arouca e Vale de Cambra, o interesse em superar isto é de nós todos".

"Se uns não podem pagar a alimentação, depois perdem animais, têm menos rendimento, pedem mais subsídios ao Estado, o Governo deixa de ter para todos e isto torna-se um círculo vicioso que prejudica toda a gente", acrescenta.

AYC // MSP

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