Declarações de Ana Rita Cavaco provocam o 'caos' na saúde
Porto Canal (MYF)
O Partido Socialista (PS) solicitou uma reunião de carácter urgente com a bastonário da Ordem dos Enfermeiros, uma vez que as suas declarações estão a levantar suspeitas de que a eutanásia está a ser praticada no Serviço Nacional de Saúde (SNS). O Ministério Público e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) vão investigar. Ana Rita Cavaco esclarece que as suas palavras não foram bem interpretadas.
No entanto, a bastonário da Ordem dos Enfermeiros veio esclarecer o que as suas declarações não foram corretamente transcritas e interpretadas, clarificando que não estava “"a dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações”, avançou ao DN. Ana Rita Cavaco acabou por esclarecer que nunca presenciou a prática da eutanásia nos hospitais públicos, mas que esta faz parte das discussões dos profissionais de saúde, em equipa.
"Quando disse que vi médicos a sugerir administrar insulina referia-me a conversas no seio das equipas. Temos de aceitar que os médicos e os enfermeiros recolhem informação e tomam decisões a cada minuto. Mas nunca disse que praticavam ou que tinham proposto isto aos doentes”, explicou ao DN.
O que é certo é que as declarações da bastonária não caíram bem e a polémica instalou-se desde logo com a Ordem dos Médicos que diz desconhecer a existência de casos de eutanásia "explícita ou encapotada" e que estas declarações iriam ser enviadas à IGAS, Ministério Público e órgãos disciplinares da Ordem dos Enfermeiros.
O Ministério da Saúde avançou, esta segunda-feira, que "solicitou, com carater de urgência e tendo em vista o cabal esclarecimento dos cidadãos, uma intervenção da IGAS com vista ao apuramento dos factos”, no Parlamento.
Adalberto Campos Fernandes, Ministro da Saúde, veio intervir de imediato dizendo "não acreditar que os profissionais do SNS não façam aquilo que a lei determina, que a sua consciência exige e que os princípios da ética e rigor profissional exigem, por isso vamos ter serenidade". Acredita na má interpretação das declarações prestadas pela bastonário à rádio Renascença e espera agora que o IGAS esclareça as mesmas com Ana Rita Cavaco.