Comandante do Costa Concordia acusa timoneiro de provocar o acidente

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Porto Canal / Agências

Roma, 23 set (Lusa) -- O capitão do navio Costa Concordia que naufragou em 2012 ao largo de Itália, Francesco Schettino, acusou hoje em tribunal o homem do leme, o indonésio Jacob Rusli Bin, de provocar o acidente que matou 32 pessoas.

"Eu queria abrandar o navio, mas o timoneiro não cumpriu as minhas ordens corretamente", disse Schettino num tribunal em Grosseto, onde hoje recomeçou o processo em que é acusado de homicídio por negligência e abandono do navio.

"Ele navegou na direção errada e chocámos", disse, segundo relatos da imprensa italiana, acusando Rusli Bin de ter cometido um erro que provocou um atraso fatal na alteração de rota do navio.

Segundo o comandante, que pediu ao tribunal para ser ouvido depois do depoimento de um dos peritos que investigaram o acidente, "se não fosse o atraso e o erro o navio teria parado".

O almirante Giuseppe Cavo Dragone, o perito que Schettino quis rebater e que liderou a equipa que analisou a caixa negra do navio, refutou a alegação de que Rusli Bin foi responsável: "O timoneiro atrasou-se 13 segundos a cumprir a ordem, mas o impacto teria acontecido de qualquer maneira".

Schettino é acusado de navegar demasiado depressa e demasiado perto da ilha de Giglio, ao largo da Toscânia, numa manobra arriscada para impressionar os passageiros com "uma saudação" aos residentes na ilha.

A defesa do comandante pediu hoje ao tribunal que autorize a ida de peritos a bordo dos destroços para determinar se problemas técnicos contribuíram para o desastre.

"É agora possível fazer uma inspeção a bordo do Concordia. Partes do navio estão agora acima do nível da água e esse trabalho pode ser feito", disse o advogado Francesco Pepe a jornalistas à saída do tribunal.

O navio foi endireitado na semana passada, vinte meses depois do acidente.

O pedido dos advogados parte de relatos publicados após o acidente, segundo os quais alguns mecanismos de segurança do navio não funcionaram, agravando a situação.

"Só poderemos descobrir a verdade e compreender o que se passou depois de uma nova inspeção de aparelhos como geradores de emergência, portas estanques e lanchas salva-vidas", disse o advogado.

Schettino, que recebeu na imprensa tabloide a alcunha de "capitão cobarde" por ter aparentemente seguido para a costa quando ainda havia passageiros por salvar, pode ser condenado a 20 anos de prisão.

O navio de 290 metros, com 4.229 pessoas a bordo, embateu contra rochas junto à ilha de Giglio na noite de 13 de janeiro de 2012, matando 32 pessoas.

O capitão, de 52 anos, insiste que a empresa proprietária do navio, a Costa Crociere, o maior operador de cruzeiro da Europa, deve assumir parte da culpa pelas mortes, uma vez que algumas das vítimas foram forçadas a mergulhar nas águas geladas devido a problemas no lançamento dos barcos salva-vidas.

O advogado da empresa, Marco De Luca, disse hoje aos jornalistas que a primeira avaliação do navio por peritos, feita antes do início do julgamento, foi "exaustiva", mas que cabe ao tribunal decidir se é necessária uma nova investigação.

Em julho, Jacob Rusli Bin foi condenado a um ano e oito meses de prisão pelo seu papel no acidente. Outros quatro acusados, incluindo o diretor do gabinete de crise da empresa proprietária do navio, também foram condenados a penas inferiores a três anos, o que implica penas suspensas.

MDR // PJA

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