"O sinal que tenho é de preocupação por parte do conselho de administração da STCP [Sociedade de Transportes Colectivos do Porto], a quem pedi uma informação na sequência das notícias que vieram a público", disse o governante aos jornalistas no final de um evento da Câmara de Comércio Americana em Portugal, em Lisboa.

Segundo Sérgio Monteiro, "ainda não temos nenhum sinal efetivo, formal, de incumprimento, temos apenas sinais de preocupação que o conselho de administração da STCP nos passou, que parecia que havia alguma hesitação por parte do consórcio privado [TMB/MOVENTIS]", que ganhou a concessão.

Em comunicado, as organizações representativas dos trabalhadores da STCP, alertaram para o facto de a restruturação interna, iniciada recentemente na empresa, "parecer indiciar que o consórcio espanhol TMB/MOVENTIS, a quem foi adjudicada a concessão do serviço, terá desistido da concessão".

"Já não faltará muito tempo para ver se eles de facto cumprirão, ou não, os objetivos que colocaram na proposta", esclareceu Sérgio Monteiro, lembrando que "nos próximos dias, de acordo com o calendário do caderno de encargos haverá necessidade de constituir a sociedade que vai prestar o serviço da STCP e depositar o capital social".

Além disso, mais tarde, o consórcio terá de "entregar uma caução", isto é, uma garantia bancária para cumprimento das obrigações do contrato, salientou.

"Nós somos um Estado que quer apresentar-se aos investidores internacionais com uma reputação intacta e que cumpre as suas obrigações, mas nós também somos um Estado que cumpre direitos", disse o governante.

No comunicado, as organizações representativas dos trabalhadores (ORT's) da STCP garantem que "o contrato não foi assinado e tão pouco foi ainda constituída, pelo consórcio, a empresa para que tal se torne possível".

"Relembramos que há cerca de quatro meses o Sr. Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, em reunião com estas ORT's, garantiu que até final de junho 2015 tudo estaria concluído e iniciada a nova operação, mais disse que se assim não fosse chamaria a si tal responsabilidade, mantendo-se a STCP na esfera do Estado e comprometendo-se que efetuaria desde logo a contratação de motoristas, para colmatar o défice existente", refere o mesmo texto.

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