Zona euro vai conseguir gerir riscos da incerteza em torno da Grécia
Porto Canal / Agências
"Os riscos decorrentes da incerteza em torno da Grécia são manobráveis. Os riscos imediatos de um contágio dos mercados foram reduzidos com a introdução de políticas como o 'Quantitative Easing' [programa de compra de dívida pública do Banco Central Europeu] e, no médio prazo, é possível lidar com eles, desde que existam esforços concertados para acelerar e aprofundar a integração na união monetária, para a tornar mais resiliente", afirma o FMI, num comunicado divulgado hoje ao abrigo do Artigo IV.
No entanto, as perspetivas de crescimento económico no médio prazo, alerta a entidade liderada por Christine Lagarde, "são ainda frágeis", destacando que a fraca procura, as imparidades na banca e a falta de reformas estruturais estão a "dificultar o investimento e a criação de emprego" e que são as ações políticas recentes que estão a suportar a economia e a reduzir os riscos de deflação.
O Fundo admite que "a recuperação económica está a caminho", refletindo sobretudo a queda do preço do petróleo, o enfraquecimento do Euro, o 'Quantitative Easing' e um abrandamento da consolidação orçamental".
O comunicado, que surge no âmbito do Artigo IV do FMI, que prevê que sejam feitas análises às economias dos membros do Fundo, geralmente todos os anos, foi divulgado depois de concluída a reunião dos ministros das Finanças da zona euro, dominada pelo impasse nas negociações com a Grécia.
No final do encontro, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que "não há ainda qualquer acordo à vista", pois, "lamentavelmente", foram muito poucos os progressos registados nas negociações entre Atenas e as instituições.
SP (ACC/IM)// ATR
Lusa/fim