Grécia: Imprensa alemã reage com reservas a acordo

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Porto Canal / Agências

Berlim, 21 fev (Lusa) - A imprensa alemã reagiu hoje com reservas ao acordo sobre a extensão do plano de ajuda à Grécia alcançado em Bruxelas, considerando que segunda-feira, dia em que o Governo helénico apresenta as suas medidas, é o dia decisivo.

"O próximo passo cumpre-se em breve" - entitula o periódico económico 'Handerlsblatt' na sua edição digital, considerando que o acordo entre a Grécia e os credores é um raio de esperança para o país devedor, ainda que realçando que ainda não se resolveu nada, já que tudo depende do que vai acontecer na segunda-feira.

"Êxito de Schäuble. Os gregos cedem", lê-se na manchete do diário 'Bild', manifestando o seu ceticismo acerca da solução do problema da dívida grega.

"Os gregos prometem. Aguardemos. Oxalá cumpram desta vez", salientou o jornal num artigo em que considerou que "não há razões para festejos" porque "o perigo de que Tsipras [primeiro-ministro helénico] tente burlar com novos truques as decisões de Bruxelas é demasiado grande".

Na mesma publicação, o ex-ministro das Finanças alemão Theo Waigel defendeu que para o euro e para a Europa uma saída de Atenas da União Monetária não seria uma catástrofe, mas sim para a Grécia.

Já o 'Frankfurter Allgemeine' traz como manchete a referência ao dia em que o Governo do Syriza vai apresentar a sua lista de reformas: "Na segunda-feira vem o sério".

E salientou: "A Grécia e o eurogrupo conseguiram alcançar um acordo que podiam ter fechado há dez dias".

O jornal coloca em causa as possibilidades de êxito do compromisso, frisando que a primeira prova de fogo passa pela apresentação por parte do Governo grego dos seus planos concretos de reforma e a segunda quando se verificar se os planos se tornam realidade ou se ficam no papel.

"Europa ganha tempo", intitula o 'Süddeutsche Zeitung' na sua edição digital, considerando que "a linha dura na negociação com a Grécia é importante porque não se trata só de dinheiro, mas sim da luta entre as forças populistas e as forças moderadas da Europa".

DN // MSF

Lusa/fim

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