"Perdeu-se o princípio de continuidade do BES"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 13 jan (Lusa) - A ex-diretora financeira do BES Isabel Almeida disse hoje no parlamento que se perdeu o "princípio de continuidade" do banco, o mercado estava ansioso sobre a sua viabilidade ou não e essa foi uma das causas da sua queda.
Houve uma "derrocada imensa, uma incerteza imensa sobre a governação, processos, falência, pedidos de proteção, um conjunto de situações que deu origem a uma instabilidade dos mercados e a quebra de princípio de continuidade", sublinhou a responsável.
Isabel Almeida falava na comissão de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), onde está a ser ouvida desde as 09:00, sendo que pelas 12:00 ainda respondia ao primeiro de três blocos de perguntas dos parlamentares dos vários partidos.
"O princípio da continuidade do BES perdeu-se" ao longo do tempo, destacando a responsável o período junto à revelação dos prejuízos históricos do banco nos primeiros seis meses do ano.
"O mercado achava que não ia haver dia de amanhã", considerou a antiga diretora do Departamento Financeiro, de Mercados e Estudos do BES.
Mesmo sendo arguida no âmbito do processo relativo ao universo Espírito Santo, Isabel Almeida está a ser ouvida à porta aberta, embora com limitações em diversos temas.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
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