Editor dinamarquês diz que Charlie Hebdo pagou caro a defesa da liberdade
Porto Canal / Agências
Copenhaga, 07 jan (Lusa) - O editor dinamarquês que desencadeou uma série de protestos com a publicação de 'cartoons' do profeta Maomé disse hoje que o semanário francês Charlie Hebdo "pagou o preço mais elevado" por defender a liberdade de imprensa.
"Charlie Hebdo não se calou (...) e pagou agora o preço mais alto por isso", disse ao diário dinamarquês que publicou os 'cartoons', o Jyllands-Posten, o anterior editor de Cultura, Flemming Rose.
O jornal, onde agora Rose é editor de política externa, aumentou as medidas de segurança depois do araque ao semanário satírico francês.
"Aqui, no Jyllands-Posten, vivemos com extensas medidas de segurança. Tem havido uma série de incidentes envolvendo Islão e violência" nos últimos 10 anos, adiantou.
Rose encomendou 12 'cartoons' do profeta islâmico, que foram publicados em 30 de setembro de 2005, que desencadeou manifestações violentas, por vezes mesmo com mortes, à escala mundial. Os 'cartoons' foram reimpressos pelo Charlie Hebdo, em 2006.
Kurt Westergaard, o artista autor da maioria dos 'cartoons', foi alvo de uma tentativa, falhada, de assassínio, na sua em casa, em 2010, mas disse à comunicação social que não receava pela sua segurança, graças à proteção policial.
Em declarações à rádio pública dinamarquesa, sustentou que o ataque foi "assustador e horrível" e elogiou os colaboradores do Charlie Hebdo, por manterem "todas as forças autoritárias" sob vigilância, independentemente de serem "islamitas, católicas ou políticas".
Os serviços de informações e segurança dinamarqueses garantirem, através de comunicado, que estavam a monitorizar a situação de forma cuidadosa.
Em 2011, um residente em Chicago, natural do Paquistão, Tahawwur Hussain Rana, foi sentenciado a 14 anos de prisão por organizar um ataque falhado ao Jyllands-Posten e apoiar um grupo de militantes paquistaneses que tinha sido ilegalizado.
Em 2012, um tribunal dinamarquês sentenciou três suecos e um tunisino residente na Suécia a 12 anos de prisão por "terrorismo", depois de terem procurado assassinar colaboradores do Jyllands-Posten
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