Bloco de Esquerda afirma que crescimento económico é "invenção do Governo"

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Porto Canal

A economia portuguesa sofreu um abrandamento e teve um crescimento "praticamente nulo", considera o Bloco de Esquerda, que diz ser "invenção do Governo" a ideia de crescimento económico.

Mariana Mortágua, economista e deputada do Bloco, comentava assim à Lusa os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicando que a economia portuguesa cresceu 0,6 % no segundo trimestre, face ao primeiro, e 0,8% face a igual período do ano passado.

Os números indicam que a economia portuguesa desacelerou em termos homólogos já que no primeiro trimestre do ano havia crescido 1,3%. Já na evolução em cadeia, a economia voltou a crescer quando no primeiro trimestre tinha recuado 0,6%.

Para a deputada (que pertence à Comissão parlamentar de Economia), os números "mostram claramente um abrandamento da economia portuguesa".

Os 0,8%, "num contexto em que a economia caiu tanto no passado", mostram que a recessão não compensa e que é preocupante que cada vez mais o crescimento seja "tendencialmente nulo", disse a deputada à Lusa.

O abrandamento da economia, acrescentou, deveu-se a uma quebra na procura interna e a uma quebra no consumo, "o que tem diretamente a ver com a austeridades mas também com a instabilidade que as pessoas sentem perante a expetativa de novos cortes" salariais.

"O que temos é uma economia que não consegue crescer. Pode crescer zero ponto qualquer coisa mas está sempre muito próxima do crescimento nulo. A ideia da recuperação económica foi uma invenção do Governo, foi propaganda, e temos a prova trimestre após trimestre de que a austeridade não funciona como modelo de crescimento das economias, de criação de emprego e de perspetivas de futuro. O risco que corremos hoje, se continuarmos com austeridade, é o de ter uma economia estagnada, na melhor das hipóteses, nos próximos 10 anos", disse Mariana Mortágua.

Um problema de resto, disse, em quase toda a Europa, com os países a apostar na austeridade e a pensar que vão crescer através das exportações, o que não acontece porque se todos impõem a mesma estratégia também ninguém importa.

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