PCP diz que dados da economia comprometem meta do Governo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 14 ago (Lusa) -- O deputado comunista José Lourenço lamentou hoje os dados divulgados sobre o desempenho da economia no segundo trimestre -- cresceu 0,8% em termos homólogos -- sublinhando que o valor compromete a meta do Governo para este ano.
Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas "vêm confirmar um claro abrandamento da nossa economia [no primeiro trimestre o aumento da riqueza produzida foi de 1,3%] e desmentem o milagre económico de que o Governo falava no último trimestre de 2013", afirmou José Lourenço em declarações à agência Lusa.
Mas "o mais relevante" é que fica "inevitavelmente" comprometida "a meta do Governo [para o crescimento da economia] este ano, que era 1,2%", sublinhou.
De acordo com o INE, a economia portuguesa cresceu 0,6% no segundo trimestre face ao primeiro e 0,8% face a igual período do ano passado.
A estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto mostra, assim, que a economia portuguesa desacelerou em termos homólogos já que no primeiro trimestre do ano havia crescido 1,3%. Já na evolução em cadeia, a economia voltou a crescer quando no primeiro trimestre tinha recuado 0,6%.
O cenário irá, segundo este comunista, piorar nos próximos meses.
"Não podemos esquecer que estes dados são anteriores ao escândalo do BES e, por isso mesmo, vêm confirmar a falência das políticas deste Governo, assentes em cortes nos salários e nas pensões, na redução dos direitos dos trabalhadores e numa emigração maciça", disse.
José Lourenço, que é membro da Comissão dos Assuntos Económicos, lembrou que a economia portuguesa caiu 6% nos últimos três anos, e que a ligeira retoma agora divulgada ainda não contabiliza a crise do BES.
"Os impactos económicos inevitáveis resultantes da profunda crise financeira atual, provocada pelo escândalo BES, fazem prever um segundo semestre ainda bem pior do que aquele que agora terminou", afirmou.
De acordo com o deputado do PCP, o crescimento da economia portuguesa "beneficiou em parte da melhoria que se vinha a registar nas economias europeias", mas "é uma questão meramente conjuntural" face ao quadro apresentado hoje, em que a Alemanha e a Itália registaram quedas das suas economias no segundo trimestre e a França ficou estagnada.
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