Rui Moreira espera que situação do Stop esteja resolvida e revela ideias para viabilizar salas
João Nogueira
O Stop tem um “problema de vizinhança muito sério”, segundo o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. Mas há a esperança que, em meados de 2025, a situação do centro comercial da Rua do Heroísmo que serve centenas músicos esteja regularizada. “Estamos a tentar resolver o problema”, sublinhou o autarca.
O tema foi levantado pela deputada do Bloco de Esquerda, Susana Constante Pereira, que questionou o presidente do município portuense qual é o ponto de situação quanto à regularização do edifício.
"Quanto ao Stop, eu estive lá, tive a oportunidade de lá estar, nós fomos visitar os cinemas, que estão em excelente qualidade, estão ótimos," afirmou Rui Moreira.
O presidente voltou a admitir que a Câmara do Porto possa utilizar os espaços do centro comercial como forma de contribuir para a sua viabilização. O edil mencionou a possibilidade de atrair empresas de coworking para ocupar o espaço multiusos no piso superior, para fortalecer a presença de público no edifício e dar sustentabilidade económica ao centro comercial.
"Fomos ver também a parte multiusos em cima, que é um espaço enorme que está vazio, em que acreditamos que podemos interessar empresas de coworking para se instalarem lá, para, no fundo, fornecer ali um público que também densifique e dê corpo a um centro comercial," declarou Moreira.
Moreira reconheceu os esforços dos novos representantes dos proprietários do centro comercial, destacando os investimentos significativos realizados em melhorias estruturais, como portas de segurança, isolamento acústico e iluminação.
No entanto, o problema é a porta de segurança fundamental para evacuação em caso de emergência, bloqueada pelo proprietário vizinho.
"Há uma porta de segurança, que é uma saída de emergência, que está assinalada pela autoridade e também pelos bombeiros, como uma porta fundamental para poder evacuar as pessoas, se quiserem, nas traseiras," explicou o autarca.
O presidente sublinhou os esforços da Câmara do Porto em resolver o problema do Stop, mesmo diante de desafios legais. “Já foram feitas diligências, junto do vizinho, no sentido de o processo ir a bem, para demolir aquele muro (...) Não foi constituída a servidão de passagem urbanística. Ou seja, não há nada em rigor que impeça o vizinho de trás, que é proprietário do vizinho, de dizer eu não permito que entrem pelo meu espaço”, declarou.
Apesar dos problemas, Rui Moreira expressou otimismo relativamente à resolução dos problemas do centro comercial, mas reconheceu as limitações da intervenção municipal diante das questões de propriedade privada.
"Eu sou um otimista, como sabem. Espero estar cá o tempo suficiente para poder resolver o Stop, ou seja, quero que se resolva até meados do próximo ano," afirmou o edil.
Susana Constante Pereira perguntou ainda ao edil se este tem mantido um diálogo com os músicos, além dos proprietários.
“Entre os representantes está um músico. Eu não tenho necessidade de ouvir os músicos”, sublinhou Rui Moreira, acrescentando que está a ser elaborado um projeto para a Escola Pires de Lima, “em que vão para lá os músicos que quiserem”.