Visita de Moreira alimenta esperança sobre futuro do Stop

Visita de Moreira alimenta esperança sobre futuro do Stop
Porto Canal
| Porto
João Nogueira e Ana Francisca Gomes

Rui Moreira visitou o centro comercial Stop esta segunda-feira. A passagem pelo antigo Centro Comercial, que tem estado no centro da polémica ao longo dos últimos meses, vem reacender os rumores sobre o envolvimento do município do Porto numa solução de futuro para aquela que é considerada uma “verdadeira casa da música no Porto.”

A visita decorreu esta segunda-feira. Rui Moreira fez-se acompanhar de Pedro Baganha, vereador com o pelouro do Urbanismo e Espaço Público e Ricardo Valente, que detém a pasta das Finanças, Atividades Económicas, Fiscalização, Economia, Emprego e Empreendedorismo.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

Segundo informações apuradas pelo Porto Canal junto de fonte da autarquia portuense, não está ainda fechado qualquer negócio que envolva a Câmara do Porto no futuro do Stop, mas a hipótese de o município assumir a gestão de um espaço de grande relevância e participar na dinamização de um novo capítulo do Stop foi já levantada pelo próprio Rui Moreira.

“Ficámos a saber que há lá alguns espaços que não estão a ser utilizados, nomeadamente um espaço multiusos que a Câmara do Porto admitiria alugar”, disse o presidente da Câmara do Porto na última reunião do executivo. O Porto Canal sabe que o espaço a que Moreira se referia corresponde às antigas salas de cinema, propriedade da Lusomundo, empresa do grupo NOS.

A possibilidade ganha agora ainda mais força, tendo em conta que um dos locais visitados por Moreira foi justamente as antigas salas de cinema.

Porto Canal

Em funcionamento durante 13 anos, desde a sua inauguração nos anos 80, as duas salas estão atualmente abandonadas. Com uma capacidade de 400 e 300 lugares respetivamente, os espaços poderão vir a ser usados para espetáculos, avança fonte municipal.

Atualmente, o Stop conta com cerca de 500 músicos e a veia cultural parece estar mais viva do que nunca, uma vez que o antigo centro comercial vive tempos de mudança, desde a administração às condições de segurança.

Porto Canal

Cinema histórico

O STOP foi inaugurado na década de 80 e tem 126 frações. Antes de ser um centro comercial, o edifício servia de instalações da marca de automóveis Austin. Depois da reconversão do espaço, as frações foram vendidas a particulares, a quase uma centena de proprietários individuais.

Com o aparecimento de outros shoppings de nova geração pela cidade, o STOP perdeu a força e a iminência de fechar aumentou. Mas uma comunidade de cerca de 500 artistas apropriou-se do edifício e deu-lhe uma nova vida, ao longo das últimas duas décadas.

Com sete pisos, parque de estacionamento no subsolo, o STOP é considerado uma “verdadeira casa da música” e polo incontornável da cultura underground da cidade.

Os pisos acima são frações destinadas maioritariamente à produção cultural. Na entrada, existem dois espaços de restauração. Nesse mesmo piso situam-se ainda duas das maiores frações, que eram os cinemas.

Os cinemas funcionaram durante 13 anos. Em 1995, a abertura de outras salas mais modernas na cidade levou ao seu encerramento. “Antigamente tinha muita gente. Vinham autocarros de Baguim, Gondomar. Locais de longe para trazer as pessoas ao cinema”, lembrou Horácio Pereira, porteiro do STOP.

São duas salas de cinema, identificadas como Stop 1 e Stop 2. Um dos espaços tem cerca de 300 lugares, e o outro cerca de 400.

Porto Canal

Solução para o Stop no horizonte depois de muitas reviravoltas

Foi a 18 de julho de 2023 que 105 salas do Centro Comercial Stop foram seladas pela Câmara Municipal do Porto, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir.

A selagem sem aviso prévio levou para as ruas centenas de pessoas no dia do encerramento, com vários artistas a marcarem presença no número 329 da Rua do Heroísmo. Seis dias mais tarde, cerca de mil manifestantes reuniram-se frente à Câmara do Porto para mostrar “a real dimensão do centro cultural que é o Stop” e marcharam de volta até ao Heroísmo.

A 2 de agosto, a autarquia permite a reabertura do centro comercial com um horário mais apertado e com um corpo de bombeiros à porta. Mais tarde, já em setembro, um relatório da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil evidenciava “a falta de segurança do edifício” e levou a que o encerramento voltasse a ser decretado.

O encerramento acabaria por não acontecer, força de uma providência cautelar movida por alguns dos proprietários.

Os avanços e recuos na história recente do Centro Comercial Stop voltaram a trazer os músicos para a rua, a 22 de setembro, com artistas a declarar ao Porto Canal que se tratava de um “um massacre psicológico e um massacre financeiro também”.

+ notícias: Porto

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.

Last Folio: as duras memórias do Holocausto 

O Museu e Igreja da Misericórdia do Porto acolhem a exposição internacional LAST FOLIO acompanhada por um documentário, que mostra as memórias do Holocausto. A exposição do fotógrafo Yuri Dojc e da cineasta Katya Krausova, pode ser visitada até novembro.

Nova Linha do Metro do Porto avança. Veja aqui as primeiras imagens 

As obras da nova Linha do Metro do Porto, Linha Rosa (G), que assegurará a ligação entre São Bento e a Rotunda da Boavista já avançaram. Esta extensão terá 3 km e 4 estações subterrâneas (duas adjacentes às já existentes São Bento e Casa da Música).