Governo promete 'mão pesada' para insubordinação na polícia
Pedro Benjamim e Hugo André Costa
O ministro da Administração Interna quer erradicar possíveis ligações entre a insubordinação e movimentos extremistas dentro das forças policiais. José Luís Carneiro apontou, apontou que há cerca de um ano foram comunicados à Inspeção Geral da Administração Interna [IGAI] e ao MP “indícios de atos relativos a atitudes, comportamentos e práticas extremistas, serão agora participados ao Ministério Público todos os novos indícios que possam estabelecer uma relação ao incitamento à insubordinação, à sua prática, e eventual ligação a movimentos extremistas”.
O ministro da Administração Interna frisa que “o Governo, por intermédio do comandante-geral da GNR e do diretor nacional da PSP, não permitirá atos que possam colocar em causa a segurança dos cidadãos”. Carneiro foi mais longe garantindo que “todos os atos que atentem contra esses deveres serão objeto de participação disciplinar e eventualmente participação criminal”.
“Não se pode confundir o direito de manifestação, que legitimamente tem sido exercido, com a prática de atos de indisciplina e insubordinação”, referiu José Luís Carneiro.
O ministro da tutela determinou à IGAI, “a instauração urgente de inquéritos relativos ao policiamento dos jogos Famalicão-Sporting e Leixões-Nacional da Madeira, bem como às suas consequências”. As palavras foram proferidas por José Luís Carneiro no final da reunião com o comandante-geral da GNR e o diretor nacional da PSP.
Os líderes das duas forças foram convocados pelo ministro da tutela para uma reunião, que arrancou às 09h00 deste domingo, depois de o jogo entre Famalicão e Sporting ter sido adiado por falta de policiamento. “A PSP encontra-se a concluir a identificação dos desacatos e das agressões ocorridas em Famalicão, que participará ao Ministério Público [MP]”, frisou Carneiro.
Presidente do SINAPOL debaixo de fogo
“Para além dos processos de inquérito e disciplinares já em curso, determinei à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI “Participámos à IGAI as declarações do presidente do SINAPOL que ameaçaram colocar em causa a atividade da PSP durante os próximos atos eleitorais”
Quanto às reivindicações das forças policiais, José Luís Carneiro defende que o “Governo em gestão não tem legitimidade para assumir encargos permanentes e duradouros, encargos financeiros, relativamente ao futuro”.