FAP quer uma Secretaria de Estado da Juventude e Futuras Gerações tutelada por primeiro-ministro
Porto Canal / Agências
A criação de uma Secretaria de Estado da Juventude e Futuras Gerações, sob tutela do primeiro-ministro que ganhar as eleições legislativas de 10 de março, é a principal reivindicação da Federação Académica do Porto (FAP).
Em entrevista telefónica à agência Lusa, o presidente da FAP, Francisco Fernandes, avançou esta quinta-feira que o intuito da FAP é apelar aos candidatos a primeiro-ministro de Portugal nas próximas eleições Legislativas para que se comprometam a criar uma Secretaria de Estado da Juventude e Futuras Gerações sob a tutela do primeiro-ministro.
“Deveria ficar sob a tutela do primeiro-ministro, isto para ter peso político, para realmente fazer as reformas e as transformações holísticas que o país precisa para captar talento e para conseguir garantir que os jovens não precisam de emigrar em busca do seu próprio projeto de vida”, defende Francisco Fernandes.
"Sabemos que o Secretário de Estado sob a tutela do primeiro-ministro tem um poder político e um peso político nos governos muito superior a todos os outros ministros e tem essa possibilidade de ter uma abrangência a todas as áreas da governação", argumenta o presidente da FAP, recordando que a juventude não é apenas “ajudar as ações de juventude ou organizar um outro evento”, mas antes preparar o país para dar “resposta aos jovens e às gerações futuras”, algo que não está a suceder, com cerca de 30% dos jovens a emigrar.
O presidente da FAP lamenta que o que existe atualmente seja uma Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, em que a atenção do Secretário de Estado vai “sempre mais para o Desporto” e depois, mesmo na parte da Juventude, a “Secretaria de Estado é uma mera distribuidora de fundos do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ)".
“O Secretário de Estado da Juventude e Desporto é, no fundo, um responsável governativo que gere o IPDJ, ou seja, não temos ninguém no Governo com poder político para dar uma voz no Governo de uma geração”.
A FAP considera que os principais líderes partidários, neste caso os candidatos a primeiro-ministro do PS e da Aliança Democrática, deveriam prestar um compromisso com a juventude, tal como este Governo fez com a transição digital.
“A valorização das políticas de juventude e do ensino superior tem de ser uma causa de todos os partidos políticos, têm de ser um desígnio nacional”, defende o presidente da FAP.
Outras das medidas apresentadas pela FAP incluem o aumento em 30% do salário real dos jovens diplomados, a redução do desemprego jovem e o apoio à habitação a custos acessíveis.
A FAP também defende um reforço do contingente prioritário para candidatos beneficiários de Ação Social Escolar, reforço das condições financeiras para estudantes bolseiros e a disponibilização de 50 mil camas em residências estudantis.