Acionistas da EDP não procuram 'chairman' com perfil "político"
Porto Canal
Os acionistas da EDP não procuram uma pessoa com perfil político para substituir João Talone na presidência do Conselho Geral e de Supervisão da EDP.
A informação é avançada, esta terça-feira, pelo Jornal Económico que escutou uma fonte ligada ao processo.
Assim, após a elétrica ter sido liderada por nomes como Eduardo Catroga (ministro das Finanças de Cavaco Silva) ou Luís Amado (ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates), os nomes com perfil político ficam excluídos da lista de candidatos para liderar o Conselho Geral e de Supervisão da EDP, que tem como propósito vigiar o desempenho da Conselho de Administração Executivo (CAE) liderado por Miguel Stilwell d'Andrade.
Recorde-se que João Talone vai abandonar as funções que exerce na elétrica e já manifestou indisponibilidade para integrar os órgãos da empresa num novo mandato. Rui Moreira é o nome apontado para o lugar, como avançado, esta segunda-feira pelo Porto Canal. A hipótese tem vindo a ser comentada nos círculos políticos do Porto e de Lisboa.
Um dirigente nacional do Partido Socialista ouvido pelo Porto Canal revela que António Costa acompanha a possibilidade de um dos mais importantes órgãos da EDP vir a ser liderado pelo seu amigo e atual presidente da Câmara do Porto.
O adeus de João Talone da EDP poderá assim precipitar a saída antecipada de Rui Moreira, ficando a Câmara do Porto entregue a Filipe Araújo, atual vice-presidente da autarquia, líder da associação “Porto, o Nosso Movimento” e número dois das listas independentes eleitas em 2021.
A EDP é atualmente detida, maioritariamente, por empresas como a estatal chinesa China Three Gorges (20,86%), pela espanhola Oppidum Capital (6,82%), controlada pela família Masaveu, pela americana BlackRock, Inc. (6,82%) e pelo Fundo de Pensões do Canadá (5,62%). Quase 60% do capital está disperso por acionistas com participações menores.