“Não vamos continuar a pagar os presentes de Natal”. Porto admite ficar de fora da futura empresa metropolitana de transportes
Porto Canal
A futura empresa de transportes da Área Metropolitana do Porto (AMP) poderá avançar sem a participação do município do Porto, realçou Rui Moreira em entrevista exclusiva ao Porto Canal.
“O Porto tem a sua participação nos transportes bem definida. A STCP tem uma estrutura em conjunto com a CP e a Metro do Porto chamada TIP que, basicamente, trata da bilhética, daquilo a que nós chamamos o andante. É uma empresa altamente rentável e que funciona. Subitamente, a AMP quis criar uma empresa metropolitana de transportes que iria absorver a TIP, dissolvendo-se a TIP e passando lá para dentro”, frisa Rui Moreira, não se mostrando disponível para aderir.
“Porque é que nós vamos sacrificar uma estrutura em que nós, através da STCP, estamos bem, em que CP está bem, em que a Metro está bem para resolvermos os problemas dos outros autarcas?”, questiona o autarca portuense.
Em causa está a criação de uma empresa metropolitana de transportes para gerir a rede Unir, que entrou ao serviço na AMP em dezembro, que integraria os Transportes Intermodais do Porto (TIP), o agrupamento complementar de empresas (ACE) que gere o sistema Andante.
O TIP é participado em igual percentagem (33,3%) pela Metro do Porto, pela STCP (cuja maioria do capital pertence à Câmara do Porto) e pela CP – Comboios de Portugal, e é responsável pelo sistema de bilhética Andante, que foi implementado em toda a rede Unir.
“É uma empresa que dá lucro, vai distribuir, este ano, cerca de três milhões de dividendos, naturalmente esses dividendos são importantes para a STCP, e o serviço que o TIP presta é um serviço muito interessante”, reforça Rui Moreira.
Assim, o independente deixa uma garantia. O Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART) “vai continuar a existir, mas nós relativamente a esta fatia, doravante olharemos mais de uma forma mais egoísta do que olhávamos”, assegura Rui Moreira.