Rui Moreira admite participação individual de municípios da AMP na Associação Amigos do Coliseu

Rui Moreira admite participação individual de municípios da AMP na Associação Amigos do Coliseu
| Porto
Fábio Lopes

Rui Moreira defendeu, em entrevista exclusiva ao Porto Canal, a participação individual de municípios, que integram a Área Metropolitana do Porto, na Associação Amigos do Coliseu. O autarca portuense reiterou ainda que perante a falta de vontade política da AMP em comparticipar a intervenção no mítico espaço de espetáculos da Invicta é preferível que a entidade/comunidade de 17 concelhos do Norte deixe de ser sócia da associação que gere o equipamento.

“Se estes municípios entendem que a Área Metropolitana não tem forma de, através de um processo de maioria, resolver o assunto, eu acho que a AMP tem de sair do Coliseu, abandonar o Coliseu e deixar que os sócios existentes encontrem uma solução que pode ser multifacetada”, começou por vincar o Presidente da Câmara do Porto.

‘Braço de ferro’ atrasa nova vida no Coliseu

Em causa está o recuo de sete dos 17 municípios da AMP em comparticiparem as obras de reabilitação do Coliseu do Porto, cujo apoio tinha sido aprovado por unanimidade das autarquias presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro.

À época a decisão foi contestada pela Câmara de Valongo, que, ausente da respetiva reunião de trabalho, defendeu que a mesma não era válida porque o encontro não tinha poder deliberativo, dado exigir a presença de todos os municípios da AMP.

Perante o clima de incerteza e discórdia que paira sobre o Coliseu, Rui Moreira sustenta que uma das soluções do imbróglio, que se arrasta, poderá passar pela participação individual de municípios na Associação Amigos do Coliseu.

“A Associação Amigos do Coliseu terá que reunir, novamente, em Assembleia-Geral, perceber que houve um associado que disse o dito pelo não dito e que vai ter que reavaliar se quer avançar com a concessão ou se é possível encontrar outra solução, que pode ser municípios como Vila Nova de Gaia ou como Matosinhos, que demonstraram interesse, poderem querer participar, individualmente, na Associação Amigos do Coliseu e encontrarmos aqui uma forma de redistribuição diferente entre nós”, acrescentou o edil da Invicta.

De realçar que a direção da Associação Amigos do Coliseu é composta pelo presidente do equipamento cultural e representante da Câmara do Porto, Miguel Guedes, pela representante do Ministério da Cultura, Laura Castro, pela representante da Área Metropolitana do Porto, Maria João Castro, pelo presidente da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, e pelo advogado Pedro Carvalho Esteves.

Já esta quinta-feira, Rui Moreira reconheceu que "o município do Porto prefere, naturalmente, a situação que está decidida [a comparticipação da AMP para as obras, sem concessão]. Tudo fará no sentido de poder promover essa situação. Neste momento, nós temos de perceber qual é a posição da Área Metropolitana", salientou aos jornalistas, após receber a Comissão de Utentes do autocarro Porto-Braga.

“Não podemos assumir compromissos e depois desfazermo-nos deles com tanta facilidade”

O desentendimento no seio da AMP, órgão deliberativo que também faz parte da direção da associação Amigos do Coliseu, tem gerado muita apreensão. Miguel Guedes é um dos rostos da preocupação, alertando “para a importância de uma clarificação, por parte dos municípios, o mais urgentemente possível para não se hipotecar a candidatura ao Norte 2030, cujo lançamento está previsto para o início do ano”, defende o presidente do equipamento em comunicado.

Uma visão partilhada por Rui Moreira que defende o valor metropolitano da intervenção no Coliseu.

“Para dar um exemplo, até porque tem sido o município que mais tem clamado contra isto, Valongo terá um aumento na compartição de fundos de 5 milhões e 386 mil euros, comparado com o quadro comunitário anterior. Esta verba devia ser utilizada para quê? Para projetos metropolitanos como este e ninguém pode dizer que este não é um projeto metropolitano. A prova é o facto da AMP ter uma participação na Associação Amigos do Coliseu”, rematou o autarca, frisando ainda o facto de “o Porto e os outros grandes municípios, onde incluo Vila Nova de Gaia terem abdicado daquilo que era a nossa parcela, de acordo com o que estava estipulado no Portugal 2020, exatamente para que esses municípios tivessem mais recursos”.

Na reunião do Conselho Metropolitano do Porto, realizada a 15 de dezembro, Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Valongo e Vale de Cambra votaram contra a distribuição de verbas comunitárias, defendendo uma reflexão mais profunda e um levantamento dos equipamentos que, à semelhança do Coliseu do Porto, são de âmbito metropolitano.

Os restantes nove municípios presentes votaram a favor, tendo Vila do Conde estado ausente da reunião.

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