Docapesca abre concurso para reforço de amarrações no porto de Vila Praia de Âncora
Porto Canal / Agências
A Docapesca - Portos e Lotas abriu um concurso com o preço base de 150 mil euros para “reposicionamento e reforço de amarrações do cais flutuante de apoio à pesca” no porto de Vila Praia de Âncora.
O anúncio do concurso público para aquele porto de pesca do concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, foi publicado no Diário da República desta segunda-feira e fixa nos 60 dias (cerca de dois meses) o prazo de execução do contrato.
Na quarta-feira, a Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora alertou que a descarga de peixe é feita “à mão, caixa a caixa”, pelo único “pontão fixo” do porto daquela localidade, após os dois flutuantes terem ficado inoperacionais.
“A Docapesca tem abandonado isto. Temos muitas questões aqui por resolver. Os dois pontões que eram usados pelas pequenas embarcações moveram-se com o mau tempo e a passagem de acesso caiu abaixo. Temos um pontão fixo, onde é preciso subir uma escada a pique. Imagine o que é tirar as caixas de peixe à mão, uma a uma, caixa a caixa”, lamentou Vasco Presa, presidente da Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha.
Contactada pela Lusa, a Docapesca explicou que a resolução do problema está dificultada pelo assoreamento da bacia portuária, estando prevista uma dragagem “no final do inverno marítimo de 2024”.
“Relativamente aos pontões flutuantes, tiveram de ser retirados há cerca de um ano para reparação, não tendo sido ainda possível a sua recolocação, devido a questões de segurança relacionados com agravamento do assoreamento da bacia portuária. Está prevista a realização de uma dragagem por parte da DGRM – Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, no final do inverno marítimo em 2024”, indicou a Docapesca.
Entretanto, segundo a Associação de Pescadores, “sete embarcações já saíram” do porto de Vila Praia de Âncora para operar noutros portos, por não conseguirem fazer a descarga do pescado, acrescentou o responsável.
Mantêm-se no porto de pesca de Vila Praia de Âncora “15 embarcações profissionais”, que enfrentam “problemas de segurança” com a descarga manual para o único pontão acessível, indicou Vasco Presa.
“Tirar 30 caixas de peixe à mão, depois de uma noite no mar, é complicado”, desabafou.
O presidente da associação observa que “o pontão existente é para barcos de grande porte, ou seja, é inútil, e os dois pontões para embarcações mais pequenas estão ambos inoperacionais”.