José Luís Carneiro garante que não será por ele que Chega alcançará "poder no país"
Porto Canal/Agências
O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro garantiu este domingo que não será por ele que o Chega conseguirá "o poder no país", depois de questionado sobre a possibilidade de viabilizar um governo minoritário do PSD.
“Aquilo que eu posso dizer é o seguinte: não será por mim que o Chega chega ao poder no nosso país”, respondeu o ministro da Administração Interna, em entrevista à TVI.
Na sequência da demissão de António Costa, além de José Luís Carneiro, associado à ala mais moderada do PS, vai também candidatar-se à liderança do partido Pedro Nuno Santos, conotado como da ala esquerda, tendo Carneiro sido questionado sobre o que distingue as duas candidaturas e se tem mais capacidade para dialogar à direita.
O ministro começou por salientar “a marca mais importante do ponto de vista da afirmação das liberdades e da afirmação da qualidade da vida democrática” do PS, que é a capacidade dos socialistas de “dialogar com o centro-direita, mas também para dialogar à esquerda”, recordando que o partido demonstrou-o em vários momentos da sua história.
José Luís Carneiro sublinhou que a sua candidatura ao cargo de secretário-geral do PS é aquela que “garante esse compromisso histórico do PS, nomeadamente na afirmação do prestígio da relação de Portugal com a União Europeia e com a própria Aliança Atlântica”.
“É muito importante responder à pergunta que fazem hoje os portugueses: como é que num quadro internacional tão exigente, com duas guerras, uma na Europa e outra no Médio Oriente, como se pode partir para uma candidatura com o pressuposto de uma aliança à esquerda, na medida em que é conhecida a posição dos partidos à esquerda do PS em relação aos nossos deveres com a Aliança Atlântica [NATO] e a União Europeia?”, questionou, numa referência a BE e PCP, antigos parceiros de ‘geringonça’ dos socialistas.
Carneiro salientou ainda que, além da sua candidatura, também Pedro Nuno Santos “representará parte da herança” da atual governação socialista, lembrando que o seu “camarada” também aprovou na generalidade a proposta do executivo para o Orçamento do Estado para 2024.
“Esta candidatura representa uma autonomia que o PS não pode perder, porque é essa autonomia que permite ao PS não apenas dialogar com o centro direita mas também com a esquerda”, insistiu.
As eleições diretas para a sucessão de António Costa no PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro – em simultâneo com a eleição de delegados – e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.
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