Transcrição errada do Ministério Público troca nome de Costa com ministro da Economia
Porto Canal
O Ministério Público (MP) ter-se-á enganado na transcrição de uma das escutas telefónicas entre Lacerda Machado, consultor da Start Campus, e Afonso Salema, administrador da mesma empresa.
Segundo avança a CNN, o MP apontava que Lacerda Machado ia mover uma influência junto de "António Costa" (primeiro-ministro), quando na verdade se estava a referir a António Costa Silva, ministro da Economia.
Mais concretamente, no despacho de indiciação já tornado público, existe a omissão do nome “Silva” nessa transcrição, gerando a impressão que Lacerda Machado iria interceder junto do primeiro-ministro, e não do ministro da Economia.
O advogado Magalhães e Silva disse que o Ministério Público reconheceu o lapso na transcrição de uma escuta a Diogo Lacerda Machado, onde é referido o ministro da Economia, António Costa Silva, mas transcrito apenas António Costa, o primeiro-ministro.
“Foi o dr. Lacerda Machado que deu sinal ao Ministério Público que havia efetivamente esse lapso e o Ministério Público reconheceu”, disse o advogado aos jornalistas à entrada para o tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa.
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António Costa afirmou este sábado que um primeiro-ministro não tem amigos e frisou que o advogado Lacerda Machado nunca atuou com o seu mandato no projeto para a construção do Data Center de Sines.
Esta posição foi assumida por António Costa após ter feito uma comunicação ao país, em conferência de imprensa, quando foi interrogado sobre o facto de Digo Lacerda Machado, que é muitas vezes classificado como “o melhor amigo” do primeiro-ministro, ter invocado o seu nome no projeto do Data Center.
António Costa anunciou na terça-feira a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, o que vai levar Portugal a eleições legislativas antecipadas no dia 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
O socialista é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após pessoas suspeitas num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
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