António Costa pede desculpa aos portugueses pela descoberta de envelopes com dinheiro no gabinete de Escária

António Costa pede desculpa aos portugueses pela descoberta de envelopes com dinheiro no gabinete de Escária
Lusa
| Política
Porto Canal/Agências

O primeiro-ministro, António Costa, fez uma comunicação ao país a partir da residência oficial em São Bento, na noite deste sábado. 

O assunto está relacionado com o processo judicial que se encontra em investigação e que levou à demissão de Costa. O demissionário diz que “só à justiça cabe investigar”, mas referindo-se à apreensão de dinheiro apreendido no gabinete de Vitor Escária diz que “mais do que me magoar pela confiança traída envergonha-me perante os portugueses e tenho o dever de pedir desculpa”. 

 
 
 
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António Costa anunciou na terça-feira a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, o que vai levar Portugal a eleições legislativas antecipadas no dia 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

O socialista é alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após pessoas suspeitas num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.

O Ministério Público (MP) considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação, que contém várias outras referências a António Costa. No dia da demissão, Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável”.

De acordo com o MP, no processo dos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados em Sines podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência. Vítor Escária, que iniciou as funções de chefe de gabinete do primeiro-ministro em 2020, foi detido para interrogatório na terça-feira e nas buscas judiciais ao seu gabinete na residência oficial de São Bento foram apreendidos 75.800 euros em numerário.

Poucas horas depois, o primeiro-ministro exonerou Vítor Escária das funções de seu chefe de gabinete e nomeou para este lugar o major general Tiago Vasconcelos, até agora assessor militar de António Costa.

Confrontado com este caso, na quinta-feira, o primeiro-ministro afirmou que decidiu demitir o seu chefe de gabinete, Vítor Escária, logo que soube que os investigadores judiciais tinham encontrado dinheiro em numerário no seu local de trabalho, em São Bento.

“Não, não sabia disso. E mal soube fiz aquilo que obviamente se impunha, que era demiti-lo", declarou António Costa aos jornalistas à entrada para a reunião Comissão Política do PS, em Lisboa.

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