A empresa Comboios de Portugal (CP) paga mensalmente uma renda de 25 mil euros pela nave norte da oficina de Guifões, noticia o Público. Pela nave sul, destinada à Metro do Porto, a CP paga uma renda de 31 mil euros, valor que mais tarde é diluído nos serviços prestados à Metro. A cada ano as duas naves custam à CP 671 mil euros.

A oficina de Guifões não pertence à CP visto que, em 1999, a empresa abdicou da propriedade e a transferiu para a Refer, (atualmente Infraestruturas de Portugal (IP)). Em resposta ao Público a empresa gestora da infraestrutura afirma que “em 1999, por solicitação da CP, foi constituído o denominado 'Estabelecimento da concessão CP', onde se mantiveram na esfera desta empresa pública várias infra-estruturas nas quais não se incluiu o Complexo de Guifões”.

A infraestrutura no concelho de Matosinhos, que encerrou em 2012, viria a reabrir em 2021 numa medida para revitalizar a CP, refere o jornal, integrada no plano de recuperação de material circulante, que o presidente da empresa, Nuno Freitas, apresentou ao ministro da tutela, à data, Pedro Nuno Santos.

Apesar de CP e IP serem empresas do Estado, a IP Património (pertencente ao grupo IP) soma receitas de 300 mil euros por ano, já a CP soma gastos em valor semelhantes na manutenção e reparação das viaturas, aponta o jornal.

A Metro do Porto é uma empresa envolvida nas contas da CP já que a empresa responsável pelo serviço de metro na cidade ocupa a nave sul da oficina de Guifões. A CP paga 31 mil euros de renda dessa nave, ocupada pela Metro, que virá a receber depois pelos trabalhos de manutenção das composições de metro.

Desde 2008, até à atualidade a CP pagou 8,1 milhões de euros à Infraestruturas de Portugal para usar a oficina de Guifões, refere o jornal citando fonte da CP.

Juntamente com a oficina de Oeiras, o valor pelas duas infraestruturas ascende aos 1,2 milhões de euros.