“Quem não caça com cão caça com gato”. Videovigilância no Porto é necessária devido a falta de polícias, diz Moreira
Ana Francisca Gomes
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, disse não ter “nenhuma obsessão relativamente à videovigilância”, mas que ela é necessária devido à falta de polícias efetivos.
“Num mundo perfeito, a videovigilância não seria necessário. O problema é que podemos dizer que as câmaras estarem na via pública é um bocado na lógica do ‘big brother is watching you’, mas o problema é que se as tirarmos é dizer ‘no brother is watching you’”, afirmou Moreira em resposta à eleita pelo Bloco de Esquerda, Susana Constante Pereira, que levantou questão de segurança de dados.
Na reunião extraordinário da Assembleia Municipal do Porto desta segunda-feira, agendada potestativamente pelo grupo municipal de Rui Moreira e com a segurança na cidade do Porto como único ponto, o autarca afirmou que enquanto o município não tiver uma presença policial reforçada, “mais vale ter câmaras do que não ter nada”.
“A presença policial na Pasteleira tal como estava - e a população estava tranquila com isso - é muito melhor do que qualquer câmara de vigilância. Quem não caça com cão, caça com gato”, atirou Rui Moreira.
O Porto Canal avançou em primeira mão, este domingo, que a PSP interrompeu o policiamento permanente na zona da Pasteleira e do bairro Doutor Nuno Pinheiro Torres, no Porto, que tinha arrancado no início do ano, na sequência do aumento da criminalidade associada ao tráfico de droga. Ao Porto Canal, fonte da PSP garantiu que as autoridades vão “acompanhando o fenómeno da criminalidade conforme este se desloca” para novas geografias da cidade.