Rui Moreira diz não ser “xerife”, mas número de polícias no Porto é “absolutamente insuficiente”
Ana Francisca Gomes
Rui Moreira defendeu o reforço de meios e efetivos policiais na cidade do Porto na sessão extraordinária da Assembleia Municipal convocada para esta segunda-feira a pedido do grupo municipal do próprio autarca.
“Um presidente da Câmara de qualquer cidade não deve ser um xerife”, explicou Rui Moreira esta noite, destacando que houve um reforço da Polícia Municipal que não foi acompanhado por um aumento de efetivos da Polícia de Segurança Pública. “Nós hoje, queiram ou não, temos um número de agentes da PSP absolutamente insuficiente para garantir a perceção de segurança”.
A moção apresentada pelo grupo municipal de Moreira enumera aqueles que considera serem os maiores problemas de segurança na cidade e regressa a um dos temas que tem mantido no topo da atualidade ao longo do último mandato de Moreira à frente da Câmara: “o crónico tráfico e consumo de droga no espaço público, com os recorrentes assaltos e furtos nas ruas e com a violência na movida noturna”.
Para os Independentes, “o investimento do Estado na segurança pública da cidade não é consentâneo com aquele que a Câmara Municipal do Porto faz há já vários anos em meios que ajudam na prevenção e combate do crime.” No documento pode ler-se ainda alguns dos principais investimentos autárquicos em matéria de segurança. A moção a levar a votos na noite desta segunda-feira sublinha os cinco milhões de euros investidos na videovigilância do espaço público, o investimento no quadro da polícia municipal, o apoio à PSP através da cedência de viaturas e de um contrato interadministrativo, bem como a criação da sala de consumo assistido na zona da Pasteleira.
“O Porto investiu cerca de 650 mil euros numa Sala de Consumo Vigiado, que, nos primeiros nove meses, foi utilizada por mais de 1.600 pessoas e retirou da rua mais de 50 mil consumos”, sublinha o texto da moção, a par de outras medidas que, “extravasando os limites das responsabilidades do município, servem para afastar da cidade a sensação de insegurança”.
O grupo municipal defende um reforço de meios e efetivos policiais e aponta o dedo ao Estado, cujo investimento em matéria de segurança “não é consentâneo com aquele que a Câmara Municipal faz há já vários anos na prevenção e combate do crime”. No texto, o movimento insta ainda o Ministério da Administração Interna a “empenhar-se mais na procura de soluções que reforcem a segurança pública na cidade” e pede mais polícias para a Polícia Municipal do Porto, cujo quadro de 277 agentes se encontra deficitário em 86.