Adiamento no encerramento do Stop não desmobilizou manifestação desta sexta-feira

Adiamento no encerramento do Stop não desmobilizou manifestação desta sexta-feira
Foto: Ana Francisca Gomes | PortoCanal
| Porto
Ana Francisca Gomes

As câmaras e microfones ainda não estão ligados, mas João Martins não deixa de fazer um desabafo de exaustão junto dos jornalistas: “Isto é um massacre psicológico e um massacre financeiro também”.

As dezenas de voltas que já deu o futuro do Centro Comercial Stop, no Porto, voltou a trazer em manifestação para a rua, na tarde desta sexta-feira, músicos e artistas.

Para Hugo Raposo trata-se mesmo de uma ‘tática’ do executivo. “Estão a tentar cansar-nos e desunir-nos. Não há interesse em ouvir as pessoas e eles vão mudando os argumentos conforme lhes convém: uma vezes falam do ruído, outras vezes da falta de licença e outras da falta de segurança. E de cada vez que tentamos responder a uma dessas questões - e ninguém nega que haja problema no Stop - surgem com um novo obstáculo”

Hugo é arrendatário de uma sala no Centro Comercial Stop, no Porto, há quatro anos, mas a sua história com o edifico é bem mais antiga do que isso: “Já ando pelo Stop há mais de 17 anos, quando ia para jams e ensaiar em salas de amigos”.

A “sorte” de ter licença fez com a sua sala fosse uma das poucas que a 18 de julho não foi selada. Élio Mateus, que partilha sala com Hugo, conta ao Porto Canal que pela altura das selagens e até à reabertura com bombeiros à porta chegaram mesmo a cedê-la para que alguns artistas que andavam “mais aflitos” com a aproximação de datas de concertos pudessem nela ensaiar.

Élio está no Stop para alguns ensaios pontuais e para dar aulas de bateria. A sala, que partilha com mais 10 pessoas, continua com o mesmo material que estava há uns meses atrás.

“Já decidimos que não vamos tirar as coisas da sala e a maior parte da malta já está nessa onde. Se tirarmos alguma coisa será só o essencial, porque acreditamos que isto não vai fechar”, confessa.

Prenúncio de Morte

As letras gigantes que dizem “Porto.” em frente da Câmara do Porto, ponto de encontro marcado pela organização da manifestação, começaram às 15h30 a serem “decoradas” com vários cartazes e fachas que espantaram os turistas que diariamente se deslocam até ao espaço.

“What’s happening? [O que é que está a acontecer?]”, questiona-se um casal que tirava uma foto junto ao nome da marca institucional do município.

“Porto. is not a brand”, “Pela reestruturação do pelouro da Cultura” e “Sugam-nos tudo” são algumas das frases que se podem ler.

Ao início da tarde, o encontro na praça dos Aliados não conseguiu voltar a reunir a mesma quantidade de manifestantes do encontro anterior, a 24 de julho. Ainda assim, o número de pessoas não faria prever a enchente de gente que se juntou ao anoitecer e que marchou até ao Centro Comercial Stop.

Ao Porto Canal, um agente da PSP que pediu para não ser identificado falou em “cerca de 300 pessoas”.

“É a ‘pronounce’ do Norte e há um ‘prenunce’ de morte” lia-se na facha gigante que guiou os manifestante até ao n°329 da rua do Heroísmo.

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