Reformas na função pública atingem números do período da troika

Porto Canal
São cada vez mais os trabalhadores a sair do Estado por aposentação. Até ao final do ano, deverão chegar aos 15 mil.
De acordo com o Jornal de Notícias, no primeiro semestre, aposentaram-se 7428 trabalhadores. Contas feitas, até dezembro o total deverá rondar os 15 mil.
Para além de representar um aumento face aos últimos quatro anos, a última vez que se registaram números como estes remonta a 2013 e 2014, período de intervenção da troika , segundo os dados estatísticos da Direção-Geral da Administração e do Emprego Públicos (DGAEP) consultados pelo "Dinheiro Vivo". Nesse período, reformaram-se entre 14 910 e 15 676 funcionários públicos.
Segundo o mesmo jornal, dos 7428 funcionários que se aposentaram nos primeiros seis meses deste ano, mais de 4600 trabalhavam nas áreas da Educação (1981 funcionários), das autarquias (1468) e do Serviço Nacional de Saúde (1164).
Ainda assim, a análise da DGAEP, avança o JN, mostra que o saldo global é positivo: "De 1 de janeiro a 30 de junho de 2023, o conjunto do setor das administrações públicas, em termos consolidados, registou um saldo líquido positivo de 3352 postos de trabalho, que se deveu ao balanço positivo de 1367 postos de trabalho na administração central e de 2165 postos de trabalho nas administrações regional e local, já que no subsetor dos fundos de Segurança Social se registou uma diminuição de 180 postos de trabalho".
De sublinhar que, este ano, a idade legal de acesso à reforma baixou três meses, para 66 anos e 4 meses. De acordo com o Jornal de Notícias, a causa recai sobre o aumento da mortalidade entre os mais idosos devido à pandemia de covid-19.
Em 2024, o Governo vai manter o acesso à reforma nos mesmos parâmetros deste ano, assim como o fator de sustentabilidade nos 13,8%.
Os dados da DGAEP mostram ainda que, entre abril e junho, o Estado empregava 745 707 funcionários, uma diminuição de 60 postos de trabalho em relação aos primeiros três meses do ano, quando existiam 745 767 funcionários públicos. Uma descida que deriva sobretudo da redução do número de médicos, professores universitários e guardas da GNR, avança o mesmo jornal.