Comerciantes do Porto satisfeitos com reabertura da Rua dos Clérigos, após dois anos em obras

Comerciantes do Porto satisfeitos com reabertura da Rua dos Clérigos, após dois anos em obras
| Porto
Catarina Cunha

A rua dos Clérigos, situada no centro da cidade do Porto, reabriu ao trânsito na semana passada, depois de ter estado dois anos interdita ao trânsito devido à construção da estação S.Bento/Liberdade da linha rosa do metro. A abertura ocorre após oito meses do prazo previsto.

O Porto Canal percorreu a calçada desta rua considerada uma das mais movimentadas do Município para escutar a opinião dos comerciantes portuenses, quanto ao impacto económico das obras para os seus negócios.

A meio da rua, entramos numa confeitaria gerida por Miguel Aleixo que confessa que os trabalhos afetaram o negócio, visto que limitaram o movimento de clientes. Por isso, o proprietário admite que teve que reduzir os preços dos produtos, mas recusou desempregar os funcionários “porque são sagrados”, preferindo assim arcar com os prejuízos.

Além da falta de clientes, os trabalhos provocaram “muita confusão, poeira e barulho”. “As pessoas fugiam das obras (…) os acessos eram muito difíceis”, reforça o dono da confeitaria.

Agora, Miguel Aleixo mostra-se satisfeito e otimista, uma vez que a reabertura da rua trouxe mais turistas e alegria.

 
 
 
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Mais a baixo, em pleno largo dos Lóios encontramos Nilton Barbosa a montar a esplanada do seu restaurante-bar. A opinião acerca do impacto das obras nos comerciantes mantem-se.

Para o gerente, durante as obras “houve impacto a nível financeiro e de reconhecimento”, uma vez que o espaço só está aberto há cerca de um ano e meio.

A acrescentar há escassez de clientela, Nilton Barbosa queixa-se da sujidade e do excesso de ruído. “Nós montávamos a maison place, agora já não fazemos isso por causa da poeira da obra. Sobre o ruído, nós somos um restaurante que patrocina muita música (…) ter um soundback de uma empilhadora é um bocado chato e incomoda algumas pessoas e já tivemos mesmo pessoas a não virem para dentro e até mesmo a abandonarem o local e a desistirem do jantar, ou almoço”, completa.

Para colmatar a situação, o dono teve que “retirar a maison place”, reforçar a limpeza das mesmas e a “nível de música não temos tanto cá fora e passamos mais para dentro”.

Nos dias de hoje, “há muitas pessoas (…) {na rua], antigamente só havia um acesso, era muito mau”, reforça o empresário Nilton Barbosa. Um movimento que é tanto de turistas nacionais, quer como de estrangeiros. O otimismo é comum também a este proprietário. “Vamos recuperar [a perda de receita]”, garante.

Na rua em frente, entramos numa loja que vende artigos de cortiça, onde falamos com Miguel Martins, proprietário desta casa há 12 anos. Menos esperançoso, o dono realça que as obras continuam a condicionar o comércio no Porto, não notando melhorias.

“Desde que começaram as obras, temos tido quebras [de receita] enormes”,refere, destacando ainda que "o movimento é igual ao que sempre foi, a única coisa que notámos é o aumento de trânsito”, refere.

Questionado sobre o que espera dos próximos tempos, Miguel Martins afirma que “nós não podemos fazer muito mais do que fazemos, o nosso trabalho é esperar que os clientes passem, se os clientes não passam, nós não podemos ir buscá-los e trazê-los para aqui, portanto é esperar que isto acabe o quanto antes e esperar que melhor”.

É de referir que os trabalhos na baixa do Porto, nomeadamente na Avenida dos Aliados,vão continuar até ao final de 2024.

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