Motoristas instalam sanita ao ar livre contra falta de condições de terminal no Porto

Foto: Filipa Brito | Porto.
| Porto
Porto Canal/Agências

Cerca de meia centena de motoristas de autocarro instalaram esta sexta-feira simbolicamente uma sanita ao ar livre junto ao terminal no Polo Universitário do Porto, em protesto contra a falta de condições do espaço, disse aos jornalistas um responsável sindical.

"Foi a forma de chamar mais à atenção, para ver se, de uma vez por todas, a câmara, o senhor presidente da câmara e a STCP Serviços [gestora do terminal] ganham vergonha e resolvem este problema", justificou à Lusa José Manuel Silva, coordenador do Sindicato dos Transportes Rodoviarios Urbanos do Norte (STRUN).

Numa instalação que lembra a Fonte de Marcel Duchamp (1917), a sanita de cerâmica ficou isolada num terreno relvado junto ao parque de estacionamento de autocarros do terminal rodoviário do Polo Universitário.

Rodeada por uma rede escura de cerca de um metro de altura para proteger o possível utilizador de olhares mais indiscretos, dando a privacidade possível, a peça de cerâmica permaneceu intacta, com o papel higiénico por utilizar no respetivo suporte.

Os cartazes da meia centena de motoristas também não fugiam à temática escatológica, falando num "WC especial relvado, perfumado, temperatura ambiente, água corrente".

De acordo com o responsável sindical do STRUN, o parque de estacionamento "deveria (...) ter uma casa de banho daquelas provisórias, para o trabalhador ir à casa de banho", até à abertura do terminal de passageiros do Polo Universitário, junto à estação de metro, que fica a 200 metros do parque de estacionamento de autocarros.

"Os homens ainda se encostam para aí e resolvem, mas as motoristas senhoras é complicado", acrescentou José Manuel Silva, que relembrou que a abertura do terminal estava prevista para julho, ironizando esta sexta-feira que "só se for o de 2024".

Fonte oficial da STCP Serviços, gestora da infraestrutura para quem a Câmara do Porto remeteu esclarecimentos, confirmou esta sexta-feira à Lusa que o terminal deverá abrir em setembro, ao contrário do julho anteriormente adiantado pela Câmara do Porto.

"O projeto do Terminal da Asprela [no Polo Universitário] prevê um edifício com sala de espera, cafetaria e instalações sanitárias na rua Alfredo Allen de acesso livre para passageiros e também motoristas", refere ainda a STCP Serviços.

A STCP Serviços, gestora da infraestrutura, afirmou também não estar "prevista a construção de WCs na Rua Manuel Pacheco de Miranda [local do parque a 200 metros do terminal do Polo Universitário], onde existe apenas um parque de estacionamento de autocarros", utilizado informalmente desde 2013.

José Manuel Silva admitiu que o terminal do Polo Universitário "pode ser uma solução se tiver casas de banho", mas será necessário "arranjar lugares suficientes para o motorista poder chegar aqui, encostar o autocarro e ir para lá".

Relativamente a este problema, a STCP Serviços garante que "o parque de estacionamento seja para utilização exclusiva de autocarros autorizados funcionando com controlo de acessos", mas "até à data não foi ainda possível instalar o sistema, estando este dependente da conclusão de um ramal de energia (facto que é alheio à STCP Serviços)".

Em causa está a mudança de terminais de autocarro na cidade, implementada pela Câmara Municipal do Porto em 1 de junho, que centralizou as paragens das carreiras nos terminais das Camélias e Asprela (com polos no Polo Universitário e no Hospital São João) e as retirou do centro da cidade.

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