Mercado Time Out vai nascer na ala sul da Estação de São Bento. Obras finalizadas até ao final do ano
Fábio Lopes
As obras do Mercado Time Out na ala sul da emblemática estação de São Bento, no coração da cidade Invicta, estão em andamento, após um impasse de dois anos. Os trabalhos representam um investimento de 7,5 milhões de euros e deverão estar concluídos até ao final do ano.
O conceito arrancou em 2014, no mercado da Ribeira, em Lisboa, e o sucesso motivou a expansão da marca pelo mundo. O Time Out Market estende-se agora ao Norte do país, mais concretamente ao Porto, numa localização premium da cidade.
"É um projeto da autoria do arquiteto Souto Moura. Portanto, muitas valências e muitos ingredientes portuenses que vão valorizar o projeto e, efetivamente, está instalado na ala sul. Portanto, uma ala que era de armazéns, que servia de apoio à normal operação da estação de comboios e que efetivamente em nada vem prejudicar a operação normal", sublinha Inês Santos Almeida, diretora-geral do Time Out Market Porto, acrescentando que esta empreitada "vem valorizar e revitalizar esta zona sempre mantendo a traça do edifício e tudo aquilo que ele tem de melhor".
No novo espaço irão conviver 14 restaurantes e dois bares, "reunindo o melhor da cidade debaixo do mesmo teto", frisa a responsável.
"O chef Rui Paula será o nosso veterano nesta área. Temos também um empreendedor e criativo chefe Vasco Coelho Santos. Trazemos um clássico que vamos reabrir aqui no nosso espaço, que é a Casa Inês, terminando aqui num conceito vegetariano, que nos nossos mercados. É a primeira vez que temos um conceito inteiramente exclusivo vegetariano, mas que aqui era inevitável convidar, que é o Fava Tonka, terminando nos melhores hambúrgueres da cidade, que é o Curb", desvenda Inês Santos Almeida, em exclusivo ao Porto Canal, prometendo mais novidades para os próximos tempos.
Aquando do seu anúncio, o projeto foi alvo de diversas críticas, surgindo como uma das 14 obras ou projetos que punha em risco o valor patrimonial do Centro Histórico do Porto classificado como património mundial desde 1996, de acordo com um Relatório do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS, um órgão consultivo da UNESCO.
À data, numa reação ao relatório, a Direção-geral do Património Cultural (DGPC) - que emitiu, apesar das críticas do organismo consultivo da Unesco para ao património, despacho favorável ao projeto, afirmava que não se rever na "posição crítica" do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS, reiterando a sua aprovação ao projeto da Time Out para São Bento.
O maior foco das críticas da empreitada em curso foi a torre de 21 metros projetada para o local, tendo sido considerada "intrusiva" pelo ICOMOS.
Em declarações à Lusa, em 2019, o presidente da Time Out Market, João Cepeda, descreveu este como "um processo muito delicado" mas "importante" para que todas as partes estivessem confortáveis" com a obra, que acabou por receber luz verde.
Inês Santos Almeida partilha destas palavras e destaca que "num projeto desta envergadura isto acaba por ser normal, são os trâmites normais que temos sempre que passar. Por ser um imóvel icónico classificado pela UNESCO tem aqui outros requisitos que nós próprios queremos respeitar e portanto, foram os trâmites normais e as contingências que vivemos para chegar ao dia hoje e abrir ainda este ano", rematou.
As obras irão representar um investimento de 7,5 milhões de euros, sendo mais um momento de afirmação do projeto, que se tem revelado "um verdadeiro sucesso", contando com cinco localizações novas em 2019 na América do Norte - em Miami, Nova Iorque, Boston, Chicago e Montreal -, a que se somou o Dubai em 2021.
Além do Porto e de Barcelona, estão ainda previstas mais aberturas em Osaka, Praga, Cidade do Cabo e Abu Dhabi.
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