Exploração de lítio. Acampamento e manifestação em Boticas para mostrar que a luta continua

| Norte
Porto Canal/Agências

Um acampamento e uma manifestação no dia 15, em Covas do Barroso, Boticas, pretendem mostrar que a luta contra a exploração de lítio continua após a aprovação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da mina do Barroso.

“Este projeto, a avançar, terá que ser mesmo à força, terá que ser mesmo contra a vontade da população. Este é um projeto contra tudo e contra todos”, afirmou esta quarta-feira à agência Lusa Nelson Gomes, da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso.

No final de maio foi anunciada uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada à mina de lítio do Barroso, na zona de Covas do Barroso, em Boticas, no distrito de Vila Real, uma decisão contestada pelo município, população local e organizações ambientalistas.

Nélson Gomes afirmou que a “luta continua” e esta é uma luta que se faz há cinco anos contra a “maior mina de lítio a céu aberto da Europa”.

Na quinta-feira arranca a terceira edição da “acampada”, um acompanhamento para o qual estão inscritos cerca de 200 participantes nacionais e provenientes de países como Inglaterra, Alemanha, Holanda e México.

Depois, no dia 15 de agosto, as ruas de Covas do Barroso transformam-se num palco para mais uma manifestação que unirá a população residente aos visitantes.

“Pretende-se, mais uma vez, demonstrar ao Governo que não vamos aceitar a exploração de lítio nesta região classificada como Património Agrícola Mundial”, frisou o responsável.

Nélson Gomes salientou que os principais motivos que os opõem à mineração são “as pessoas”, a qualidade de vida e o sustento de quem reside no território, e a água.

“A água é o recurso mais importante que temos e temos que a preservar e, sendo a extração mineira uma das atividades que mais água consome, esta é, de facto, uma das nossas maiores preocupações: a água que necessitam para a exploração e a água que vão poluir”, frisou.

A iniciativa que vai decorrer em Covas do Barroso pretende ser uma forma de protesto e, ao mesmo tempo, servirá para ouvir outras pessoas e outros movimentos, quer nacionais quer internacionais.

Durante quase uma semana realizar-se-ão debates, workshops, caminhadas e concertos.

Após a DIA favorável e até agora, segundo Nélson Gomes, “nada mudou”.

De acordo com o responsável, embora esta decisão represente um passo burocrático importante para a Savannah, empresa que irá explorar a mina, “os proprietários continuam a ser donos dos terrenos e a empresa continua sem ter direito de acesso aos terrenos nem legitimidade social para avançar com o projeto”.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) anunciou a 31 de maio que decidiu viabilizar ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso, pela empresa Savannah, emitindo uma DIA favorável, mas que integra um “conjunto alargado de condicionantes”.

De acordo com a APA, a mina do Barroso obedecerá “a exigentes requisitos ambientais” e incluirá, ainda, “um pacote de compensações socioeconómicas, tais como a alocação dos encargos de exploração (‘royalties’) devidos ao município de Boticas e, entre outros benefícios locais, a construção de um novo acesso que evite o transtorno das populações”.

A Savannah salientou que “esta é a primeira vez que um projeto de lítio em Portugal tem uma DIA favorável” e referiu que, após esta decisão pela APA, pode “iniciar a próxima fase de desenvolvimento do projeto ao nível do licenciamento ambiental.

A mina do Barroso tem uma duração estimada de 17 anos, a área de concessão prevista é de 593 hectares.

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