Luís Filipe Vieira acusa Rui Pinto de impedir ‘penta’ ao “exfiltrar” Benfica e exige 31 mil euros de indemnização
Porto Canal
O ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira culpa o denunciante Rui Pinto de ter contribuído para que o clube encarnado falhasse o pentacampeonato na época desportiva 2017/2018. No novo processo do Ministério Público (MP) a que o jornal PÚBLICO teve acesso, o antigo dirigente lisboeta exige ainda 31 mil euros de indemnização.
No processo que o MP tem agora em mãos que opõe Vieira a Rui Pinto, o ex-presidente benfiquista acusa o criador do site Football Leaks de devassa do sistema informático do clube da Luz e da entrega de conteúdo secreto ao diretor de comunicação do Futebol Clube do Porto, Francisco J. Marques. Adicionalmente, Rui Pinto é acusado de acesso indevido à caixa de emails de magistrados, funcionários de tribunais e jornalistas, num total de 377 crimes.
Segundo o processo, Luís Filipe Vieira diz que a informação “exfiltrada” por Rui Pinto lançou suspeitas de práticas ilícitas na gestão do Benfica, o que terá contribuído para que os encarnados perdessem a disputa do campeonato 2017/2018 para o FC Porto, o que na altura teria sido a celebração do “penta”.
“Levaram a equipa sénior de futebol profissional a interromper uma série de quatro anos consecutivos de vitórias no Campeonato Nacional de Futebol, com as inerentes consequências para toda a estrutura, nomeadamente o seu presidente”, lê-se no pedido de indemnização obtido pelo PÚBLICO. “Foi o início do fim da era Vieira no Sport Lisboa e Benfica.”
Vieira numa “profunda tristeza” e com dificuldades em adormecer
Luís Filipe Vieira revela ainda que a alegada “invasão” dos seus documentos por Rui Pinto provocou “uma profunda tristeza”, e que viveu “um período dramático” no Benfica por não ter “ânimo ou disponibilidade mental” para gerir o clube.
Por fim, o ex-presidente do Benfica revela que teve dificuldades “em adormecer ou dormir uma noite completa” durante este período, porque se sentia “profundamente triste e desacreditado”.
Luís Filipe Vieira foi detido a 7 de julho de 2021, durante a investigação Cartão Vermelho. Indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação, o ex-presidente é acusado pelo Ministério Público de "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades"