Câmara do Porto acusada de “violar prioridades” na obra da MetroBus na Boavista

Câmara do Porto acusada de “violar prioridades” na obra da MetroBus na Boavista
| Porto
Porto Canal/Agências

A MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta acusou esta terça-feira a Câmara do Porto de “violar os critérios de prioridades” de mobilidade no espaço público ao eliminar vias de modos suaves na obra da MetroBus na Avenida da Boavista.

Em comunicado, aquela associação lamentou também a falta de resposta daquela autarquia a uma missiva na qual a MUBi alertava para a “considerável degradação das condições para a mobilidade ativa e suave” num “eixo crucial da cidade” como a Avenida da Boavista.

O novo serviço da Metro do Porto ligará a Casa da Música à Praça do Império e à Anémona com recurso a autocarros a hidrogénio, circulando em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa.

No trajeto ficará a faltar uma ciclovia em toda a sua extensão, já que será mantida no centro da via, junto ao canal do 'metrobus', no troço entre a Fonte da Moura e o Castelo do Queijo, mas não existirá na parte oriental, onde haverá duas faixas para automóvel e uma para o 'metrobus' em cada sentido.

Confrontada com as acusações da MUBi, fonte oficial da Câmara Municipal do Porto esclareceu que foi uma “opção política” eliminar as vias de mobilidade suave: “Foi privilegiado o transporte público numa decisão política por causa de problemas de falta de espaço”, referiu.

Segundo aquela fonte, “não cabe lá [na Avenida da Boavista] tudo, ou se optava pelo MetroBus ou pelos modos suaves e, perante essa necessidade de optar, a câmara concordou com a opção da Metro do Porto de privilegiar os meios públicos”.

Para a MUBi, a eliminação de vias cicláveis e de passeios para pedestres naquele percurso “viola os critérios de escala de prioridades de mobilidade que deve presidir ao desenho do espaço público, onde naturalmente o peão surge em primeiro lugar, logo seguido dos modos suaves, e só então depois o transporte público e por último o rodoviário individual”.

Aquela associação defendeu que “em vias novas ou em reformulação de fundo, como é o caso, é absolutamente exigível implementar as soluções que transmitam claramente essa escala de prioridades”.

No texto, a MUBi alerta que está em causa um “sério risco à segurança dos peões” em alguns dos pontos do trajeto pelo que diz estar “muito apreensiva com os efeitos que estas opções de urbanismo irão provocar”.

Por fim, a associação insta a autarquia a “repensar o modo como avaliou estes fatores de risco, motivando à revisão das opções tomadas no que toca à priorização de formas de mobilidade, protegendo os utilizadores mais vulneráveis, privilegiando os peões, os modos leves de mobilidade e, por essa via, qualificando o espaço público”.

O investimento no BRT é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e chega aos 66 milhões de euros, valores sem IVA, e as obras arrancaram no final de janeiro.

Estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo, e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

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