A Câmara de Vila Nova de Gaia aprovou esta segunda-feira por unanimidade a abertura do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I ao trânsito geral, reiterando que a aposta dever ser no transporte público no período diurno de circulação.

“Não queremos penalizar ninguém, mas sim beneficiar o transporte público”, enfatizou o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues para quem “faz sentido colaborar com quem prescinde de usar carro, ou não o tem, e precisa de chegar cedo ao emprego ou no regresso a casa”.

Na discussão deste ponto, Cancela Moura, do PSD, perguntou sobre a possibilidade de o “trânsito fluir, de forma alternada, em certos dias da semana, no tabuleiro inferior, assim mitigando para os gaienses os efeitos do trânsito”, situação que Eduardo Vítor Rodrigues descartou, argumentando que “então é que iria ser uma bagunça”.

“O que tenho em mãos, hoje em dia, é precisamente o contrário, ou seja, os donos dos restaurantes da beira-rio a pedir-me mais espaço para esplanadas”, revelou o autarca, assegurando ser “impossível a beira-rio voltar a ter trânsito”.

Também aprovado por unanimidade foi o alargamento dos cheque-oferta para material didático e escolar aos alunos que frequentam a rede privada, acrescentando cerca quase 7 mil  beneficiários à medida, que custará ao município 238 179,00 euros.

No período antes da ordem do dia, o vereador social-democrata Rui Rocha Pereira manifestou preocupação pela instalação das torres eólicas ‘offshore’, alertando para a inexistência de estudos de impacto ambiental e solicitando à autarquia que acompanhasse a preocupação, enquanto Cancela Moura alertou para as dificuldades que existem no Centro de Saúde de Lever “onde a única médica em permanência meteu baixa e depois foi de férias” e onde o “telefone fixo está avariado há três semanas”.

Com o vereador a pedir que “com a transferência de competências na área da Saúde, este centro de saúde passe a prioritário”, Eduardo Vítor prometeu indagar o que se passa, assinalando, contudo, “que a falta de médicos não se resolve com a descentralização”.

“São os médicos e enfermeiros a pedir-nos para tomar conta da saúde, pois com menos recursos gerimos melhor, como acontece com as escolas”, enfatizou o presidente da câmara.

O auto de transferência das competências na área da saúde foi aprovado sem votos contra.

Sobre as torres eólicas, o autarca socialista confirmou que a Área Metropolitana do Porto vai dar parecer desfavorável à localização das torres e que, apesar de em Gaia “estarem salvaguardados” dos efeitos negativos “pela distância” prevista para a instalação do equipamento, a cerca de 30 quilómetros da costa, “não ignoram a necessidade de estudos complementares”

Considerando “não estar justificada a quantidade de energia que se conta produzir, 10 gigabytes”, emanada da instalação do parque eólico ao largo da costa norte de Portugal, Eduardo Vítor entende ser “possível mitigar o impacto se apenas se produzir metade” do previsto, argumentando ser “o suficiente para a região e para o país”.