Mobilização pelo Stop "é inspirador", mas "não chega", afirma músico Manuel Cruz
Porto Canal
“É inspirador ver tanta gente a reunir-se em prol desta causa, mas não chega (…). mas que seja para encontrar uma solução”, afirma o músico Manuel Cruz esta segunda-feira sua página de Instagram, acerca da mobilização ao redo do Stop, no Porto.
O ex-vocalista dos Ornatos Violeta afirma que começou “a ensaiar em salas de amigos” em 2002, “mas só em 2007 aluguei a minha primeira sala e aí construí o meu estúdio”. Naquele local, o artista refere que partilhou “som e amizade durante anos” e desde aí compreendeu “o que era fazer parte de um fenómeno sem par no contexto cultural do país”.
“Em 2018, fui contactado pessoalmente pela CMP. Manifestaram-me a sua dificuldade em estabelecer contacto com o condomínio do STOP, num momento em que o risco de fecho estava iminente. Nunca tendo aderido a contextos associativos, vi-me com uma responsabilidade no colo, e optei por informar o máximo de gente possível do contacto que recebi”, escreve o artista.
Três anos depois, em 2021, Manuel Cruz demitiu-se da Associação Alma Stop “por exaustão”, acrescentando que um dos grandes entraves da entidade foi “a crescente falta de quórum”. Nesse ano, “ficou um projeto de segurança contra incêndio aprovado e um projeto de arquitetura aprovado”, completa.
O artista ressalva que “era e é preciso dinheiro. O projeto de segurança contra incêndio foi avaliado num estudo de mercado em cerca de um milhão de euros, não contando com a parte da construção civil. Após alguns pedidos de orçamento sem sucesso, conseguimos finalmente uma resposta positiva da empresa Vianas que faria o trabalho por quase metade do preço”.
“Qualquer um consegue prever que um projeto de reabilitação de um edifício degradado como é o STOP, ronde os vários milhões. Contar com os proprietários era uma batalha perdida e sempre nos foi dito que a câmara não poderia financiar um sítio privado com mais de cem proprietários”, prossegue.
Relativamente à relação com a Câmara Municipal do Porto, Manuel Cruz assegura que “sempre dialogou connosco e sempre se mostrou interessada em resolver o problema. Eu sei porque eu estava lá”.