“Não sabíamos de nada!” diz músico do centro comercial Stop no dia em que foi impedido de entrar
Porto Canal
Foram encerradas mais de 100 lojas do centro comercial Stop, na manhã desta terça-feira, pela falta de licença de utilização e após várias queixas de ruído.
Ouvido pelo Porto Canal, Nuno Fulgêncio, um dos músicos que arrenda loja no centro comercial, afirma que quem por lá trabalha não foi informado. “Não sabíamos de nada. Estivemos aqui ontem e anteontem, temos compromissos e vamos a estúdio daqui a dois dias. Temos estado a ensaiar, como sempre, já estamos aqui há imensos anos”, disse.
O músico refere que o centro comercial Stop “é um ponto de encontro de músicos, é um ponto de encontro de artistas”. Nuno Fulgêncio, lembra o local que “acaba por representar o movimento underground do Porto”. “Há muita história no Stop e é uma pena que se perca de um momento para o outro, sem aviso, sem grande preparação. Vamos ver em prol de quê, qual é que é a alternativa que se vai sugerir para o centro comercial Stop”, afirma.
Quanto ao futuro, o músico não coloca o ónus na autarquia. “Não sei se deveria ser a Câmara a ter a responsabilidade de arranjar uma alternativa, mas tem necessariamente responsabilidade de proteger o património cultural que aqui existe”, disse ao Porto Canal.
Rui Santos, também ouvido, acusa Rui Moreira de mentir aos músicos do centro comercial. “Nós tivemos há pouco tempo uma reunião com o presidente da Câmara do Porto e ele disse para nós estarmos seguros que isto ia demorar muito tempo, era um processo muito longo, que queria ajudar isto”, afirma.
Contudo aponta que o encerramento das 105 lojas acontece num momento em que há vários músicos fora da cidade. “Fizeram bem, calaram-se bem caladinhos, muita gente está de férias eles sabiam então fecham isto”, refere.
Rui Santos mostra-se ainda incrédulo já que “há umas lojas que têm licenças, há outras que não tem”, refere ao Porto Canal quanto ao centro comercial Stop.