Câmara de Matosinhos quer lançar concurso para 'metrobus' do aeroporto em setembro

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Porto Canal / Agências

A Câmara de Matosinhos pretende lançar um concurso de conceção e construção de uma linha de 'metrobus' para o aeroporto em setembro, no âmbito da desativação da refinaria da Galp, disse hoje a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro. 

Em declarações na comissão parlamentar de Ambiente e Energia, na Assembleia da República, em Lisboa, Luísa Salgueiro (PS) disse, sobre o BRT ('Bus Rapid Transit', vulgo 'metrobus'), querer "lançar concurso de conceção e construção em setembro".

A também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) falava, no âmbito de um requerimento do BE sobre a situação dos ex-trabalhadores da refinaria, a propósito de uma das medidas previstas no Fundo de Transição Justa (FTJ) de Matosinhos, uma verba de 60 milhões de euros para compensar e reconverter espaços após o fecho da refinaria da Galp.

Em junho de 2022, a Câmara de Matosinhos confirmou à Lusa a encomenda de um estudo para implementar um 'metrobus' entre o aeroporto, situado na Maia, e a Petrogal, estando ainda em equação a ligação a Leça da Palmeira e Matosinhos.

Em agosto do mesmo ano, a autarquia justificou essa opção com conexões mais rápidas aos concelhos vizinhos da Área Metropolitana do Porto (AMP), ao invés do que acontece com a estação do Senhor de Matosinhos.

"A estação de metro do Senhor de Matosinhos dista 35 minutos do centro do Porto, uma hora e 20 minutos da Póvoa [de Varzim] e 52 minutos do centro da Maia. Por sua vez, a envolvente ao Aeroporto fica a uma distância de 27, 40 e 35 minutos, respetivamente", referiu então em resposta enviada à Lusa.

O objetivo da Câmara de Matosinhos é "executar até 2026" a ligação ao aeroporto, no âmbito do FTJ, que dispõe de 20 milhões de euros para esse desiderato.

As restantes verbas do FTJ relacionadas com a reconversão da refinaria de Matosinhos estão alocadas ao polo de conhecimento e inovação da Universidade do Porto (UP), com 23 milhões de euros, cinco milhões afetos à compensação e requalificação dos trabalhadores, cinco para pequenas empresas afetadas pelo fecho da refinaria, e cinco para a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), segundo Luísa Salgueiro e António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), também hoje ouvido na mesma comissão.

Luísa Salgueiro disse também hoje que as verbas da FTJ serão aplicadas apenas nas parcelas de terreno que a Galp cederá à autarquia, onde será instalado o polo da UP, e que o projeto 'Innovation Hub' da Galp dirá apenas respeito à empresa, não havendo fundos para a descontaminação, que a energética disse hoje ao Jornal de Notícias poder demorar dois a três anos.

"Mas nós queremos condicionar, no sentido positivo da palavra, e garantir desde já que aquilo que ali aconteça, numa área tão central, não só do território de Matosinhos mas da Área Metropolitana do Porto", seja algo que "contribua para o desenvolvimento económico do município e da região".

Luísa Salgueiro reiterou o desejo de que os terrenos não se transformem "num apetecível local de residências de luxo", lembrando que o Plano Diretor Municipal "condiciona a apenas 10% para esse fim".

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