Saída de Alexandra Reis da TAP e ida para NAV não tem ligação, afirma Pedro Nuno Santos

Saída de Alexandra Reis da TAP e ida para NAV não tem ligação, afirma Pedro Nuno Santos
| Política
Porto Canal / Agências

O ex-ministro Pedro Nuno Santos negou qualquer ligação entre a saída da TAP da antiga administradora Alexandra Reis e a sua ida para a NAV, afirmando que "ainda bem" que aceitou este último convite.

Na audição na comissão parlamentar de inquérito, no período de inquirição do deputado do BE Pedro Filipe Soares, o antigo ministro foi questionado sobre se não lhe tinha causado preocupação que Alexandra Reis, depois de sair da TAP com uma indemnização de 500.000 euros, tenha ido para presidente da NAV a convite do Governo.

“Os processos não têm nenhuma ligação entre si. (…) Alexandra Reis vai para a NAV porque nós tínhamos uma falha na NAV, não tínhamos presidente, preenchia os requisitos e ela foi convidada”, referiu.

Pedro Nuno Santos disse que se o Governo achasse que “havia alguma coisa errada” com o processo de saída da TAP, não era a ida para a NAV que estaria em causa uma vez que não teria sido sequer dada autorização para o acordo com Alexandra Reis.

“Acho que entretanto foi ficando claro a falta de relação entre as duas situações. Havia uma empresa que tinha uma falha e o secretário de Estado teve uma excelente ideia e a engenheira Alexandra Reis ainda bem que aceitou e ainda mal que saiu”, disse, mais à frente, ao deputado do PS Hugo Carvalho.

Questionado pelo deputado do BE sobre porque é que não verificou se Alexandra Reis tinha devolvido parte da indemnização no momento em que regressou a uma função de gestora pública na NAV, Pedro Nuno Santos sublinhou que essa não é a sua função.

“Achava que era uma responsabilidade do gestor público”, defendeu.

Pedro Filipe Soares retomou a reunião que o ex-ministro teve com a antiga CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, na qual deu autorização para o pedido de substituição de Alexandra Reis, reiterando Pedro Nuno Santos que fez “aquilo que era correto”.

O antigo governante não se recordou de qualquer caso concreto de incompatibilidade que lhe tenha sido reportado pela ex-CEO da TAP, mas percebeu que “havia um mal-estar”, sendo que “mais do que isso” era o facto de Alexandra Reis “não se enquadrar na ideia de comissão executiva” que Ourmières-Widener tinha.

Sobre o mail que Alexandra Reis enviou dias antes a colocar o lugar à disposição, mas mantendo disponibilidade para continuar, Pedro Filipe Soares referiu que, depois da reunião com a ex-CEO da TAP, Pedro Nuno Santos ainda estava a tempo de responder.

“Cada um sabe como é que se relaciona com as pessoas. (…) Eu poderia ter feito uma coisa com a qual não concordo que era dizer ‘não fale com ela, não lhe diga nada, que eu vou responder à Alexandra Reis a dizer que aceito a demissão. O que é que isso diria sobre mim?”, questionou, reiterando que a questão da saída foi levantada por Ourmières-Widener “por outros motivos”.

Questionado sobre se não considerava que 500.000 euros era um valor demasiado elevado para dar à antiga CEO a equipa que pretendia, Pedro Nuno Santos respondeu: “não é assim que funciona a vida”.

Questionado pelo deputado Hugo Carvalho sobre uma carta enviada pelo antigo presidente executivo da TAP Fernando Pinto ao Governo PSD/CDS-PP, em 04 de novembro de 2015, a dar conta da grave situação financeira da companhia, e se considerava que aquele executivo tinha uma estratégia de descapitalizar a TAP para levar à sua venda, Pedro Nuno Santos disse não acreditar naquela ideia.

“Eu diria com certeza que não houve uma estratégia para descapitalizar a TAP, mas a carta que lê é ilustrativa de que há consequências da ação política que contribuíram para essa degradação. Agora uma estratégia deliberada? Não acredito nisso”, afirmou o ex-governante.

Já sobre Frederico Pinheiro, adjunto exonerado pelo atual ministro das Infraestruturas, João Galamba, envolvido no polémico caso do computador de serviço que foi recuperado pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS), Pedro Nuno Santos, disse que se não estivesse satisfeito com o seu trabalho, não teria trabalhado com ele seis anos.

Questionado pelo deputado do PSD Paulo Moniz sobre se tinha falado "várias vezes" com Frederico Pinheiro em 26 de abril, a noite dos problemas no Ministério das Infraestruturas, depois da sua exoneração, Pedro Nuno Santos confirmou ter-lhe telefonado a perguntar o que tinha acontecido, achando que foi apenas uma vez.

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